Enfeite seu coração! Automaticamente estará enfeitando você! Heloísa Lugão

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Indo embora de um mundo que não existia


Os sinais estavam claros e evidentes na frente dela e a mesma não enxergava tudo o que estava acontecendo ali. Ela passara o final de semana todo pensando em que rumo daria aquele... aquele rolo dos dois onde ela se enrolava cada vez mais nele. Estava cansada das inseguranças e indecisões que ele passava, ela queria mais ou nada e não meio termo.

Era sempre a segunda opção dele, a mantinha por mensagens, marcava e não ia aos encontros, fazia dramas para que ela fosse correndo atrás dele e ela ia. Sempre deixava claro que estava disponível pra ele. Fazia de tudo para agradá-lo.

Ela pensava que estava tudo bem, fazendo tudo certo, mas não estava. Estava tudo errado. Por ter passado por situações piores do que as que ele proporcionava ela agüentava tudo aquilo, mesmo sabendo que não era nada daquilo que ela queria.

Ela achava que gostava dele até que percebeu que ela gosta da imagem que ela criou dele. Ela nem bem conhecera ele. Era tudo muito recente. Ela evitava perguntar da vida dele na prevenção de não se apaixonar. Ela o criou com perfeição no mundo dela, um mundo que não existia. Ele estava sempre no topo, era a última bolacha do pacote.

Sabia também que futuro entre os dois é hipótese nula. Eles vivem em mundos diferentes. Ela estava deixando de ser ela para ser alguém quem ele queria e gostasse que ela fosse. Os dois na verdade não existiam.

Era pegação, de beijos que os deixavam sem ar, eram toques, era pele, coisa de carne, talvez até mesmo uma paixão avassaladora, porém nada que trazia paz a ela. Passavam noites ou tardes ardentes juntos e depois quando ele ia embora ela ficava na insegurança sem saber se ele a procuraria, o pior é que ela se sentia suja e usada. Ela sabia que pra ele ela sempre seria mais uma ou talvez a que o satisfaz ou até mesmo a moça disponível que satisfaz os desejos dele.

Não queria isso pra si, para os dois. Queria paz e a sorte de um amor tranqüilo para os dois, ledo engano. Isso só existia no mundo das maravilhas que ela criava. Aos poucos foi tomando umas doses de coragem e conhaque. E depois de muito pensar resolveu que era hora de partir, que aquilo realmente não era o que ela queria pra sim e foi assim que levantou, fez as malas e partiu.


Heloísa Lugão

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