Enfeite seu coração! Automaticamente estará enfeitando você! Heloísa Lugão

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Até quando essa tal de inferioridade?


Estou conhecendo o P. há quase 3 meses e entre saídas constantes e conversas diariamente o coloquei em um lugar onde pensei que jamais fosso atingi-lo. O coloquei no topo máster na minha pirâmide: “ah, ele é bonito demais pra mim”, “ah ele é muito inteligente e me sinto mega burrinha perto dele”, “nossa ele deve ter uma condição financeira beeeeem melhor que a minha”; ah, nossa, enfim, P. foi colocado por mim em um mundo que só existe pra mim, na minha cabeça. P. se encontrava no meu mundinho imaginário.

O tempo foi passando e passei a ver que P. é sim um cara bonito, mas também de uma beleza normal onde existem vários caras assim. Descobri que P. é muito inteligente e principalmente nos assuntos que ele gosta e que muitas vezes são diferentes dos meus. P. domina a área de música e eu a área da literatura. Cada um dominando áreas diferentes, apenas isso.

Semana passada ele me ligou e disse que estava doente como estava perto da casa dele resolvi fazer uma visita. Depois que confirmei minha ida arrependi-me, pois estava com medo do que ia encontrar. Eu, uma mulher que foi criada no meio de família e amigos humildes estava prestes a conhecer o palacete que o cara no qual venho saindo mora. Fui, com medo, mas fui. Precisava saber onde realmente estava me metendo. Até porque eu criei o mundo mágico P. e realmente o mundo mágico não passa de idealizações e suposições da minha cabeça fértil.

Ao chegar à rua me deparo com várias casinhas simples e aconchegantes. Pensei que estava no local errado até que o avistei no portão e fui ao seu encontro. Ao entrar vejo uma casa simplória como a minha, sem muitos luxos em um bairro de classe média. Sentei no sofá e fui surpreendida com um copo de suco de uva integral (ele sabe que gosto, tendo em vista que sempre quando saímos peço o mesmo).

A visita foi rápida já que tinha outros compromissos. Sai de lá um tanto quanto chocada. Cai do cavalo. Não sai chocada por agora saber que ele é um moço simples e de família humilde, sai de lá abismada pelo tamanho da minha imaginação por tê-lo colocado em um lugar onde não existe. Meu sentimento por ele não acabou depois disso, nada mudará tudo que já aconteceu até agora, contudo, hoje me sinto mais aliviada por estar com uma pessoa de igual pra igual. Não será o fato de descobrir onde ele mora, o fato que passei a vê-lo como um cara de beleza normal que irá mudar tudo ou me fazer gostar menos ou mais dele. Agora sei mais sobre P., agora sei mais do cara que estou saindo há tanto tempo.

Até ai tudo bem, e se P. realmente fosse o cara mais lindo da Terra? E se ele fosse o cara mais inteligente? E se ele morasse em uma cobertura de frente para o mar? E se ele fosse tudo que uma mulher quer, ele não serviria pra mim?
A gente tem mania de se sentir inferior, de deixar ou até mesmo de colocar alguém a nossa superioridade. A gente merece sim, um cara bacana, lindo, educado, bem de vida. A gente merece tanto que nem sabe. O problema é que muitas vezes boicotamos a nossa felicidade.

A gente boicota sim, quando deixa pra lá algo que achamos que é bom demais. Quantas vezes já soltamos um “nossa, isso é bom demais para ser verdade”?

Desejamos tantas felicidades para as pessoas e não achamos merecedores de felicidade. A gente merece sim toda a felicidade do mundo. Cada pessoa é única com sua beleza, estilo, jeitinho, personalidade e é isso que atrai gente de verdade.

Já que desejamos tantas felicidades para quem amamos por que não nos amarmos mais, desejarmos mais felicidades para nós mesmos e aceita-la da forma mais bonita que ela pode vir?


Heloísa Lugão

sábado, 16 de novembro de 2013

Gosto de gente que não me cobra

Dia destes saímos (eu e mais 2 amigas) do aniversário de uma outra amiga e paramos em um buteco aqui no bairro. Buteco no qual sempre vamos naquele fim de noite, buteco que sempre rende boas conversas e várias risadas. Um dos assuntos foi à questão de: amigos que não cobram presença 24 horas.

Tenho várias amigas que me cobram e isso me cansa cada vez mais. Tenho amigos que quando me ligam, não posso atender e retorno nem oi dizem, porém já atendem falando “não quer me atender por quê?”, “não quer falar comigo por quê?”, “esqueceu de mim ne?”. Olha, se eu retornei é porque quero falar com a pessoa e existem pessoas que são ocupadas e sou uma dessas, nem sempre, mas tenho minhas ocupações. E se eu responder isso já me preparo para uma chuva de lamentações e que sou grossa. Hoje em dia deixo a pessoa fazer o drama e nem respondo para evitar mais aborrecimento, porque ligar fazendo drama já me deixa irritada e na boa, até perco o animo de falar com a pessoa.

Ocorreram situações de que a amiga me ligou e me perguntou o que eu iria fazer tal dia, respondi que já tinha compromisso. Ela se lamentou e ao perceber que eu não ia mudar de planos pediu para que eu não fosse ao compromisso marcado e sim sair com ela. Oi?! Como assim?! Pronto, sangue ferveu de novo! Não desmarquei o compromisso e expliquei a ela.

Parece que é complicado as pessoas entenderem que você tem uma vida, família, outros amigos, outros compromisso. E sinceramente gente assim cansa, pesa e desanima manter contato.

Não posso ficar o tempo todo com uma pessoa tenho outras coisas para fazer. Acredito também que relações onde às pessoas ficam o tempo todo juntas não são boas. É chato. A gente precisa de espaço precisa sentir saudade.

Então minha gente vamos parar de cobrar. Vamos ligar e dizer que estamos com saudades, marcar algo para matar a saudades e não vamos cobrar nada de ninguém. Vamos ser livres, deixar as pessoas livres.


Heloísa Lugão

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Me critica e faz pior... Oi?!


Quem acompanha o blog desde quando comecei a blogar (inclusive o antigo blog “Borboleta”) sabe que a intenção era salvar um relacionamento e que no final quem se salvou fui eu. Quem freqüenta sempre o blog sabe também que este tem um toque (hoje em dia nem tanto) de auto-ajuda. Comecei a blogar sobre termino de namoro que foi passando sobre amor-próprio e hoje já estou na fase no autoconhecimento.

Quem me conhece sabe que adoro um livrinho de auto-ajuda, não todos e sim alguns. Estes livrinhos, quando comecei a blogar, me ajudaram muito em vários sentidos: passei a gostar mais de ler, me incentivava a escrever e no fim me deram uma luz (fato que a luz maior veio daqui). Com estes livros passei a me encantar mais pela escrita e leitura, não apenas sobre o tema de auto-ajuda, e sim todos os tipos de temas.

Não estou aqui para incentivá-los a gostarem de auto-ajuda e nem serem adeptos. O tema hoje aqui é outro: gente que faz pior do que você e quer te criticar.

Dias atrás conversando com uma colega a mesma me criticou sobre o fato de que gosto e leio essas “bobagens” como ela diz. Beleza! Cada um com sua opinião e eu respeito! Concordo com ela que existem muitas balelas nos livros, só que discordo na parte em que vários livros nos abrem os olhos e não nos devolve a dignidade, o que de fato falta nesta pessoa.

A mesma me disse que nunca encontrei um amor lendo isso, ledo engano. Disse a ela que o amor maior já encontrei, que é o amor por mim mesma. Ela retrucou e continuou a dizer que não encontrarei um namorado com estes livros e resposta foi: não procuro namorado, deixo este me encontrar em um dia vagando por ai brilhante e sorridente como sempre.

Uma outra amiga vive me zuando quando comento algo sobre auto-ajuda, mas essa amiga pode! Pode porque é amiga e eu sei que ela não precisa de páginas que falam sobre amor-próprio já que ela é super bem resolvida (sempre digo que um dia serei como ela). Nunca vi e nem ouvi coisas em relação à falta de dignidade sobre si própria. Se cara não a quer mais, tudo bem e ela chama o próximo, sabe ficar sozinha numa boa e feliz, ela não se vira ao cubo para agradar um cara e nem se esforça ao máximo para sair com um cara que ela nem sabe se está ai ou não pra ela. Ela não gasta a grana toda do mês comprando coisinhas para impressionar o cara que vai sair no sábado à noite. Se ela pode, ela pode e faz... Se não ela deixa pra lá e faz o que pode. Ela gosta de gente que passa segurança e estabilidade emocional a ela, já que ela tem no mínimo quer alguém compatível.

Já a outra que me critica e faz tudo aquilo descrito no parágrafo à cima e muito mais. Se vira ao cubo só pra ver um cara que não está nem ai pra ela. Contenta-se em saber que o cara que ela está gosta de outra. Satisfaz-se em ser a outra. Engana-se, ilude e lhe falta dignidade. Me critica porque leio as bobagens. Ah se ela soubesse e lesse um livro que iria lhe mostrar o caminho da luz, como diz Nina Lessa, ela não faria nada do que faz e entraria em depressão quando terminasse de ler.

Não saio por ai mendigando amor alheio, não fico triste por passar o final de semana todo em casa, não me contento em ser a outra e muito menos saber que o cara que está comigo pensa em outra. Não me viro ao cubo para agradar um cara que não se vira ao cubo para me agradar. Não aceito ser válvula de escape de ninguém. Sou inteira, sou intensa, sou sentimental, contudo, não me humilho pra cara nenhum. Posso estar aqui morrendo de saudades do sujeito, porém não fico correndo atrás dele e nem esperando a boa vontade do bonito me querer. Procuro sim, vou atrás uma vez e no máximo duas e se ele não me corresponder... Beijo, foi bom te conhecer, gosto de você, gosto mais de mim e tem gente que me quer (sempre tem alguém que gosta da gente).

O que mais existe por ai é gente que critica e faz as mesmas besteiras que você. Se quiser criticar alguém, seja exemplo. E antes disso te desejo muito, muito amor-próprio e dignidade. Aceito criticas numa boa desde que você seja um exemplo daquilo que me critica. Gostar do cara é uma coisa, se rebaixar pra ele é outra. Sinceramente tenho pena de gente assim... Que sejamos exemplos ao criticar!


Heloísa Lugão

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ele não poderia ser só bonito não?

Ele não poderia ser só bonito não?
Tinha que ser extremamente lindo, inteligente, de bom gosto, criativo, desenhar bem, saber tocar, gostar de criança, gostar de ler, ter o sorriso mais lindo do mundo, ter um bom gosto musical perfeito, uma pintinha que me deixa louca, o cabelo enroladinho que adoro bagunçar, o jeito de me deixar cada vez mais apaixonada por ele, uma voz suave, um jeito distinto de me tocar, uma mania de me deixar cada vez mais louca por ele, uma feição de me deixar dependente daquele sorriso lindo, um jeito único de me fazer feliz somente com um bom dia.
Ele poderia ser só bonito, mas é isso e muito mais...


Heloísa Lugão

domingo, 10 de novembro de 2013

A tal pílula, o dia seguinte


Ela adorava uma farmácia, sempre que entreva para comprar um único remedinho passava horas e saia de lá cheia de coisinhas. Dessa vez o motivo foi diferente e ela não quis e nem foi feliz até a farmácia. Só de pensar no que ia comprar suas bochechas já ficavam rosadas. Ela tinha tomado o remédio que lhe causava tanta vergonha, porém ela mesma nunca comprou pra si. Nunca precisou chegar à farmácia e falar “moço, por favor, uma pílula do dia seguinte”.

Seus amigos estavam todos ocupados para irem lá comprar. Suas amigas mais próximas iriam a condená-la mais ainda. Não tinha mais ninguém que pudesse comprar a não ser ela mesma.

Ela não era falsa moralista, como já disse ela já tinha tomado outras vezes. Uma vez o amigo comprou e as outras o namorado. O que a fazia sentir vergonha é que ela mesma se condena irresponsável por ter feito relação sem camisinha. Ela sentira muita vergonha.

Depois de uma dose de coragem foi até a farmácia. Escolheu uma farmácia que ela quase não freqüenta. A farmácia perto da sua casa todos que trabalham lá a conhece, ela adora uma farmácia.

Entrou e ficou olhando uns cosméticos enquanto o balcão da atendente ficava vazio. Olhou várias prateleiras, quase todas, na esperança que o estabelecimento ficasse vazio. Ficou vazio e ela foi correndo em direção a atendente:

-Boa tarde, uma pílula do dia seguinte, por favor.
- A senhora poderia repetir, não escutei direito.

Enquanto isso um casal e uma criança se aproximavam do balcão para aumentar a vergonha dela que repetiu e logo em seguida perguntou como que tomava. Perguntou por que tinha tempos que não tomava este remédio e para mostrar para a atendente e ao casal de clientes que aquilo foi a primeira vez que aconteceu com ela. E nisso ao invés da atendente perceber que a moça estava morrendo de vergonha fala em tom de voz alto (ok, não tão alto) como se toma o remédio para a moça quase explodir de vergonha na frente dos clientes.

Ela pegou o remédio e fechou bem a mão para que ninguém visse o que era e foi em direção ao caixa. Não sabia por que tinha um outro casal, fazendo sei lá o que perto do caixa, deveriam estar fuxicando as compras alheias, só pode. Quando entregou o remédio para o caixa embalar o mesmo jogou caixinha como se aquilo fosse um remédio normal. Parecia que toda a farmácia se voltou ao caixa o olhou o remédio que ela estava comprando. Ok, é um remédio normal, mas não pra ela.

- R$10,00. Disse o caixa.

Ela muda entregou a nota de R$20,00, recebeu o troco e a embalagem. Foi embora na esperança de nunca mais passar por aquele constrangimento e nem voltar àquela farmácia.


Heloísa Lugão

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

As fases do pé na bunda

A maioria dos emails que recebo são de pessoas que encontraram o blog depois de um pé na bunda, por que será? (rs) E estas sempre me pedem conselhos, ajuda e até textos aqui no blog. A pessoa geralmente que leva um pé na bunda acha que a dor é infinita, que vai demorar e que aquilo nunca vai acabar. Não é assim, tudo são fases, e essas fases acontece com +todo mundo. Vejamos:


1-     Sem esperar ou até mesmo esperando você toma um pé na bunda da pessoa que você gosta. Talvez aquilo era até esperado, contudo você não acreditava que realmente iria acontecer. Talvez você quisesse o fim mas não tinha coragem de terminar com medo de sofrer. Pois é meu bem, o fim chegou e teremos que encarar o sofrer (sempre digo que ele é bom, é aprendizado...vai vendo) .
É uma dor que dói tanto que parece que vamos morrer, mas não vamos. Uma dor que não existe remédio na farmácia pra vender. É a dor da perda, do costume, do sentimento. Como tudo que dói muito, essa dor nos deixa de cama, sem fome, sem sono, viramos zumbi, só sabemos chorar (realmente vendo assim parece que é um doença- cientistas de plantão: criem um remédio para essa dor urgente!).
Nos recolhemos, nos afastamos, ficamos acabados, estamos derrotados. Derrotado por uma pessoa que sempre foi a nossa vitória.
A gente acha que vai morrer de tanta dor que tem no peito (graças a Deus a gente não morre de amor, mas parece), que aquilo nunca vai ter fim, que aquela pessoa é a última pessoa perfeita na Terra, que nunca mais gostaremos de alguém, que a nossa vida acabou ali.
Depois de você mesma quase se matar de tanto chorar, se culpar por algo que muitas vezes você não tem culpa, cansada de ficar se lamentando você resolver dar um basta na tal dor e decide que irá curtir a vida, recuperar o tempo perdido, se jogar no mundo e...



2-     E ai que você se joga no mundo. Se joga em uma roupa bonita, um belo batom vermelho (não há quem resista) e tenta arrumar um sorriso também parar mostrar a todos que está bem e se joga no mundão.
Sai todos os dias do final de semana, muitas vezes até durante a semana. Só fica em casa pra dormir e as vezes comer. Gasta o salário todo em roupas e baladas. Não é mais vista nas festinha de família, se quiserem te encontrar que vão até a balada do momento. Experimenta e descobre todos os tipos possíveis de bebidas. Conhece várias pessoas e também experimenta estas. Percebe que nem é tão ruim ficar sozinha. Vira fã da frase “solteira sim, sozinha nunca”. Pensa “antes eu tinha um, hoje tenho vários”. Algumas pessoas amanhecem em uma cama com uma desconhecida do lado. Nessa fase você é a mais piriguete de todas ou o mais galinha de todos.
Você não quer saber de nomes, futuro, passado, só quer curtir aquele momento. Amor? Paixão? Gostar? Não, não é mais pra você. Você só quer curtir. Descobrir baladas, bebidas, pessoas, lugares, corpos nus ( ^^ ).
Mas com o tempo nessa vida você começa a se sentir vazio, achar tudo muito vazio. A noite passada foi perfeita, você beijou vários que nem se lembra, não sabe o nome e que não vão te ligar no outro dia. No outro dia você não sabe o que dói mais se é a ressaca ou o vazio que sentes ao acordar. E você começa a sentir falta de algumas coisas...



3-     A maior falta que você sente é a de você mesma. Falta de estar na sua própria companhia. Sente falta daqueles programas calmos, onde não existe pegação. E ai você aos poucos vai voltando pra você. Começa a cuidar do que tem por dentro e descobre que isso é o mais importante. Começa a voltar a ler, fazer atividade física, faz terapia se preciso, assiste filmes que ajudam no crescimento, descobre hobbys, volta a estudar, se empenha na profissão. Passa a gostar mais de você mesma. Volta a freqüentar as festinhas de família e percebe o quanto és querido. Não se importa mais em sair com os amigos casais. Adora passar o sábado a noite em casa sozinho. Não se importa que não está beijando ninguém, não tem ninguém do sexo oposto que vai ligar para fazer um convite. Você descobre a beleza de estar na sua própria companhia.
Claro que terás seu momento de carência, de saudade, porém, nada demais. Nada que daqui alguns minutos ou até horas você não volte para a sua paz. Você sente falta de ter alguém sim e percebe que antes de ter alguém você precisa ter você pra você. Você descobre a alegria que você mesma lhe proporciona. Você transborda flores, é florida por dentro. Você é paz. Você é alegria sereno. E é nessa fase que você se encontra apto para viver um novo amor. Um amor mais maduro, tranqüilo com alguém que esteja e seja como você: transbordando amor-próprio. Talvez você goste tanto dessa última fase, se ame tanto que até adie os próximos relacionamentos. Você se torna seletiva porque não é mais qualquer coisa que tira seu chão e faz seus olhos brilharem.

Heloísa Lugão

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Fui e não volto


Pedi para que não me deixasse ir embora. Fiz de tudo para ficar. Arrumei desculpas que não eram minhas para erros que não eram meus. Falei que se um dia eu fosse embora aconteceria com você o que aconteceu com os outros: vou e não volto e você se tornará mais um.
Você fez como os outros, me deixou partir na esperança de que eu fosse voltar. Fiz com você o que fiz com os outros, fui embora. Doeu, sofri, chorei, cai, levantei e continuei na caminhada.
Tempo depois você apareceu como se nada tivesse acontecido pedindo mais uma chance, arrependido e todo cheio de saudade, só que ai já era... O moço que antes brilhava, transbordava luzes hoje é um ser sem brilho, sem encantos, sem luz nenhuma. O ser que antes me tirava o chão hoje é mais um que me desanimou e não acreditou quando eu disse que ia embora e não voltava.
Não é questão de orgulho, nem medo por sofrer de novo, é questão de que desanimei, simples assim. Já perdeu a graça e sei que um dia vou encontrar alguém que não me deixe ir, alguém que não vai me desanimar. Alguém que sempre será luz no meu caminho.


Heloísa Lugão

sábado, 2 de novembro de 2013

Hoje é dia da saudade



Hoje não fui ao seu novo endereço te prestar uma homenagem. Não fui porque não queria que ninguém me visse chorar. Quando começaria a chorar não ia ser um choro sereno, calmo, com apenas umas lágrimas. Seria um choro intenso de soluçar, daqueles que a gente só sabe quando começa e não sabe quando terá o fim. Meu choro por você é algo que sempre acontece, nunca terá fim. Juntamente com a saudade que sinto de você todos os dias.

Você sempre foi e sempre será meu porto seguro. Quem me dava a mão, quem sempre me ajudou, me criou, me ensinou a ser uma pessoa melhor. Ai Vó, sinto tanto a sua falta. Aquela falta que a gente sente todo dia.

A gente chora de saudade e ao mesmo tempo ri de saudade. Fica feliz porque fez parte da vida de alguém. Porque alguém fez parte da sua história e é responsável pela pessoa que você é hoje.

Saudade mesmo, aquela que dói é daqueles que a gente nunca mais vai poder ver, tocar, sentir o cheiro. Saudade do cara que nos deixou... A gente sente, mas sabe que ele é um babaca porque foi embora. Ele foi porque quis. Só que tem gente que vai embora porque tem que ir, cumpriu sua missão aqui e chegou hora de partir.

A gente sente saudade de quem ama de verdade. Seja um amigo querido, mãe, pai, avó, avô, alguém que se foi, porém continua olhando por nós. Acredito que quando uma pessoa querida se vai ela cuida muito mais lá de cima do que por aqui. A gente às vezes fecha os olhos e sente um amor, carinho por aqueles que não estão mais entre nós. Aqueles que sempre quiseram o nosso bem. Aqueles que realmente se importam com a gente. Aqueles que realmente valem a pena chorar.

Se for pra chorar hoje, chore. Lave a alma. Tente se lembrar de tudo de bom que aconteceu em tempo real entre vocês. Não se lamente, não se culpe e não culpe Deus pela dor. Peça apenas que Ele e a pessoa que você tanto ama, e não está mais aqui, de te serenidade. Deite, chore e pense que você está no colo da pessoa amada, no fundo você estará. Essa pessoa, dona da verdadeira saudade, estará acariciando seus cabelos e cuidando de você.

Hoje é o dia da saudade, sinta sem dor e nem piedade.


Heloísa Lugão

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Porres e mais porres na tentativa de te esquecer




Hoje é sexta-feira e preciso arrumar um jeito de te tirar do pensamento. Poderia ficar feliz porque é final de semana e poderia beber todas as cervejas, ficar alegre (se é que é possível) e te esquecer um pouco. Mas poderei ficar triste ao lembrar das sextas no cinema e depois pizza, do sábado em um barzinho com uma boa música, do domingo que passávamos deitados assistindo tv com pernas entrelaçadas e fazendo cafuné.

Não tem jeito, a solução é sair por ai vagando de mesa em mesa, bebendo drinks e mais drinks, tomando um porre atrás do outro.Vou falar todos os palavrões possíveis, fumar todos os cigarros e quem sabe até ir em um baile funk só pra te contrariar, fazer raiva.

Talvez eu amanheça em uma mesa de bar ou até mesmo na cama com um desconhecido. Talvez eu te ligue na madrugada na esperança de que você diga “venha para a minha casa, vamos conversar e continuar onde paramos”. Talvez eu nem te ligue para não me ferir mais.

Na verdade não preciso de porres de bebidas o que realmente iria me fazer bem seria um porre de você. Ok, não tem mais jeito e nem mais solução. O que me resta agora é ficar amiga dos garçons, conversar com os cachorros da rua, entrar na farmácia e já ser atendida com um copo na mão e os remédios (sem precisar abrir a boca), gastar todo o dinheiro na noite, tudo na tentativa de te esquecer por alguns segundos sequer.

Heloísa Lugão

O texto foi feito enquanto escutava as músicas a baixo. Para escutar enquanto lê: