Enfeite seu coração! Automaticamente estará enfeitando você! Heloísa Lugão

quarta-feira, 30 de abril de 2014

26 Primaveras

Esse ano será diferente: sem crises, sem medo de ficar velha, sem lamentações, sem choros por aquilo que não se tem e sim agradecer a tudo que tem.

 Sexta-feira fui dormir com Ana Clara (minha afilhadinha que tem 5 anos), no sábado pela manhã acordei com ela fazendo carinho no meu rosto. Parecia que queria me acordar, mas que também queria ficar ali fazendo carinho. Senti um amor tão forte, tão puro e de extrema raridade.

Depois de isso impossivel reclamar da vida e não agradecer.

São 26 primaveras, 159782364852561 de sonhos, gargalhadas constantes, choros raros, alegria eterna e infinita e muita, muita gratidão.

Não reclamar de nada apenas agradecer. Agradecer a Deus o que me tirou, me livrou, me deu. Pelos choros, pelas barras pesadas que enfrentei, pelos obstáculos que superei, por ter me mostrado que meu limite é maior do que pensava.

No momento me sinto a pessoa mais amada e adorada do mundo e acho que esse é o melhor presente que Deus me deu. Saber que tem gente que quando precisa sorrir me procura, quando precisa chorar me procura, quando precisa de colo vem correndo, quando precisa de tapa na cara vem também.

Talvez esse sentir-se querida por todos seja apenas uma forma de Deus retribuir toda a gratidão que tenho por Ele.

Claro que senti falta de uma pessoa que nunca mais irei ver e dos que estavam distantes.

Foram tantas demonstrações de carinho e afeto que foi impossível não se emocionar.

Não meu amigo, minha vida não é cor rosa como todos pensam. Já chorei muito e ainda choro, mas desde o dia que aprendi a não dar casa, comida e roupa lavada para a dor ela vem e vai embora rápido.

O maior aprendizado dos 2.6: sorrir querendo chorar; sorrir sempre! Agradecer mais e mais.


Heloísa Lugão

quinta-feira, 24 de abril de 2014

A música


Era madrugada fria e estávamos juntos. Mágico, sim, como tudo que aconteceu.
Lembro-me quando colocou aquela música e dizia que seria a nossa música.
Perguntei quem cantava e você respondeu, exclamei “putz deve ser cafona”.
Quando começou a tocar você cantou e começou a chorar.
Lindo!
Claro que amei a música.
Sei cantar ela toda.
Acho que nunca prestei tanta atenção em uma música como prestei nessa.
Fizemos juras de amor.
Que mesmo que acabasse sempre íamos lembrar um do outro.
E assim seguimos.
Distantes, mas sempre lembrando um do outro.
E depois de algum tempo ainda lembro dela, de você, de tudo que aconteceu...

Marcou.
Foi bom.
Fui muito feliz.
Foi intenso.
Surreal.
Pena que acabou.
Agora só tenho lembranças,
Saudades.
Olhos brilhantes
Sorriso lindo.
Posso dizer que já amei alguém...

Mas acabou
E saber que você hoje está bem me deixa bem e feliz

A música
A nossa música

Lembrança boa é aquela que lembramos e sai um sorriso
Algumas gargalhadas bobas
E é assim que estou agora
Feliz por tudo que vivi com você Capial ( rs)

Heloísa Lugão



Deixa eu te amar
Edson e Hudson

Por que você me olha assim?
Qual o seu medo?
Alguém já te fez sofrer?
Qual o seu medo?
Diz pra mim

Se por amor já veio a sofrer
E agora tem medo
De amar e se envolver
Qual o seu medo?
Diz pra mim

Sei que palavras não vão adiantar
Se o coração não quer acreditar
Confie em mim, não vai se arrepender
O que eu mais quero
É não te ver sofrer

Amor sincero tenho dentro de mim
Pra te dar, é só você querer e arriscar
Pois não é ilusão
Nem tampouco atração
É mais forte do que pode pensar

Não sabe o quanto
Já sofri por amor
Conheço bem essa dor
Que destrói, e causa insegurança demais

Pra você superar
Tem que uma chance se dar
E não Ter medo de se apaixonar
Deixa eu te amar


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Fim de relacionamento



A primeira vez que Anne entrou em um consultório psicológico foi após um termino de namoro. Aos prantos contou para a psicóloga o ocorrido e a mesma disse “Você não sabe lidar com perdas”. Sim, ela estava certa! Perda não era para Anne.

Durante dois meses Anne se dedicou de corpo e alma para um relacionamento diferente de todos vividos nesses seus quase 26 anos. Foi um relacionamento onde ela não queria no começo, mas teve que iniciar. Foi “sofrido” começar já que aquele tipo de romance nunca foi o que ela quis.

Com o tempo passando a moça se viu perdidamente apaixonada pelos conhecimentos adquiridos. Todos os dias alguma coisa a dizia que mesmo sendo dolorido ela estava no caminho certo. A paixão pelo curso que fez cresceu. Na verdade, nasceu. Nasceu porque durante 6 anos de curso Anne nunca sentiu o amor pelos livros de Direito.

De fato que esse relacionamento extremamente sério de Anne e os livros de Direito mudaram a vida dela.

Teve que abrir mão dos amigos, das saídas nos finais de semana, de boas noites de sonos, de vários hobbys, acordar cedo nos finais de semana para freqüentar o curso, se desligar do mundo.

Descobriu que era mais forte do que imaginava, mais inteligente do que pensava. Mais determinada do que diziam. Viu seus limites de perto. Superou medos, onde chorava quase todos os dias de medo. Venceu o cansaço. Descobriu quem estava do seu lado. Tomou decisões importantes. Viu-se decidida como jamais pensou. Teve inversões de prioridades em sua vida. Vivenciava todos os dias com a bipolaridade. Anne se superou e chegou perto de onde queria, contudo, não chegou onde gostaria.

O dia da prova chegou e ela foi fazer. Aquela prova seria 3º último passo para chegar a uma nova vida. Uma vida que há 8 anos atrás ela não queria e agora sabia que aquilo era o que queria.

Teve crise de pânico ao chegar ao local da prova onde tremia, suava, ficou viajante, respiração ofegante, queria sair correndo dali. Entregaram sua prova e simplesmente passou a crise de pânico. Bipolaridade, víamos todos os dias por aqui! Fez a prova, entregou e ao sair dali só queria sentar em um bar e tomar uma cerveja bem gelada e assim fez.

A companhia não podia ser melhor: seu irmão, sua prima e seu melhor amigo, todos seus grandes e maiores incentivadores. Anne bebeu algumas cervejas e começou sua declaração e choros. Ah esses bêbados...

Sai o gabarito e foi corrigir. Infelizmente não deu dessa vez, mas foi por pouco. Foi perto, bem pertinho.

Chorou que nem criança no colo da mãe. Não acreditava que todo seu esforço foi em vão. Dizia que nadou, nadou e ficou no mesmo lugar. Repudiava pelos sacrifícios que fez e foi em vão.

Sua mãe lhe deu um calmante e foi dormir. No meio da madrugada ela abre os olhos e diz: o que vou fazer agora da minha vida?

Geralmente essa pergunta ela se fazia quando alguma coisa tinha chegado ao fim e no fundo chegou. Toda uma rotina e no outro dia teria que adaptar novamente a antiga rotina. Mas ai que está: ela não queria mais a antiga rotina. Ela queria mais, ela queria continuar até conseguir o que queria. Sua teimosia fazia jus ao seu signo de touro.

Um não, não a satisfazia e ela ia continuar naquele relacionamento sério de estudos. Era aquilo que decidiu para a vida dela no momento. Era por um bom relacionamento que ela ia batalhar. E se fosse preciso fazer todo sacrifício que vez, fará novamente.


Heloísa Lugão

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A falta que faz um abraço, um carinho, uma boa palavra


E hoje, mais do que tudo Anne precisava de um abraço apertado, sentir uma mão segurando a sua, um carinho inesperado.

Medo. Anne só sentia medo hoje.

Ao acordar dirigiu-se ao seu irmão e pediu um abraço forte e apertado. Ele deu, contudo, ela queria mais.
Hoje ela só queria se sentir segura e está impossível de acontecer.

Heloísa Lugão

terça-feira, 8 de abril de 2014

A vida mudando, trazendo novos ventos...



Anne estava prestes a fazer uma prova que irá mudar sua vida, alias já estava mudando. Há menos de seis dias para essa prova Anne só sabia pensar em balanços, buscar equilíbrio, tranqüilidade e adquirir mais conhecimentos.

Ela já havia comentado com alguns amigos que ao sair daquela prova iria se sentar no primeiro bar que visse, pediria uma cerveja bem gelada para refrescar a mente e uma tequila bem forte para aliviar. Pediria também ao garçom para sentar-se e escutar suas lamúrias. Desta vez ela não iria falar de seus casos amorosos e sim da vida profissional.

Esse lado na vida da moça estava muito confuso até alguns meses. Ela não sabia se queria ser uma grande advogada ou uma nobre professora de português ou talvez uma simples psicóloga.

No final do ensino médio ainda não sabia o curso a se matricular até o dia que seu pai chegou em casa e disse que havia feito sua inscrição de vestibular em um curso de direito. Anne prestou o vestibular e passou. Seu pai a matriculou e ela simplesmente freqüentou o curso. Digo que freqüentou, pois ela nunca deu muita importância para o curso que fez “pelas coxas”. Para se ter uma idéia ela nem sabia que para virar uma advogada precisava passar pela prova da OAB, descobriu isso em meados do primeiro período.

Por diversas vezes durante as aulas ela parava e pensava “o que estou fazendo aqui?” e não encontrava uma resposta. Matava aulas para dormir, ir às baladas, namorar. Não estudava. O que a manteve durante os seis anos de faculdade (ela demorou pelo fato de ter reprovado em algumas matérias e ter trancado o curso) foram os colegas de classe e o fato do pai nunca admitir a troca de curso. Anne simplesmente freqüentou ao curso.

A moça conseguiu terminar o curso, contudo sem a carteira da OAB ela era um “Nada Jurídico”. Não encontrava um emprego bom e que a pagasse tão bem quanto diziam por ai. Aquilo a desmotivava mais ainda a dar seguimento na carreira jurídica, até que um dia ela conseguiu um estágio na área.

Ficou feliz já que iria trabalhar na área, porém sentia medo. Medo, porque durante todo seu curso não fez estágio e nem trabalhou em campo. Quando foi admitida chegou para sua chefe e disse “eu não sei nada, não tenho experiência nenhuma”. Do mesmo jeito foi admitida e começou a trabalhar em um excelente escritório de advocacia, regado de pessoas inteligentes e uma chefe que simplesmente a cobrava muito e a fez tomar gosto pelo Direito.

Naquele ambiente profissional Anne se sentia muito inteligente e com isso buscava cada vez mais aprender. Com isso e pelas milhares oportunidades que estavam aparecendo ela começou a ver que aquilo era o que queria para sua vida.

Diferente das outras mulheres Anne preferia ser chamada de inteligente a gostosa. Gostaria muito mais de ser conhecida pelos livros que leu, filmes que viu do que pelas baladas que freqüentou ou pelas roupas que usa.

Um de seus maiores desejos era não ser como seus pais no lado profissional. Sua mãe teve oportunidades, mas fez escolhas erradas. Seu pai não teve muitas oportunidades e nas poucas que teve também fez escolhas erradas.

Anne sempre se recordara de quando alguém a conhecia e perguntava o que estudava ou que fazia e ela dizia que era estudante de direito ou já era formada em direito e as pessoas faziam caras de como aquilo fosse a melhor coisa do mundo, ou coisa de gente inteligente, ou coisa de gente chique, Anne não entendia o glamour daquele curso até que...

Como estava fazendo um estágio, não estava conseguindo um emprego melhor sem a bendita carteira vermelha e sua chefe estava cobrando a mesma Anne decidiu na virada do ano que o ano de 2014 seria o seu ano profissional, que naquele ano que se iniciava ela iria se virar para mudar esse âmbito da sua vida. Setor no qual só dependia dela para ser mudado.

Começou a fazer um curso preparatório para a OAB onde suas aulas eram nos finais de semana. Pôr-se a abdicar as suas saídas na sexta-feira à noite e até mesmo a sua vida social. Saiu da academia, estava sem um corte no cabelo, sem unhas feitas (ela também não parava de roer as mesmas), profundas olheiras e uma sobrancelha enorme já estava sem tempo de ir ao salão, estava levando como podia.Estava cada vez mais constantes estudos em pleno sábado à noite. Durante os seis anos de faculdade ela nunca estudou em um sábado à noite. Durante todo o tempo de faculdade nunca estudou o quanto estava estudando naqueles últimos dias.

O mais engraçado de tudo é que apesar de tudo ela sabia que estava no caminho certo. Mesmo passando seus apertos, abrindo mão da vida social, dos finais de semana, ansiedade e nervoso tomando conta ela estava cada vez mais certa de que aquilo era o que queria para sua vida durante um bom tempo. Ela gostava dos ensinamentos adquiridos em saber que a cada estudo que finalizava se tornava um pouco mais inteligente.

Mesmo se não passasse nessa primeira prova ela sabia que não iria desistir. A palavra “não” nunca fui motivo para desistência para essa nobre mulher taurina que fazia jus em ser teimosa como é de característica de seu signo.

Estava decidida a querer mais, mais cursos e mais estudos. Estava feliz por tudo aquilo ainda que todos os dias chorasse de medo dessa prova. Ela sabia que isso era apenas o começo de uma nova fase da sua vida.

Heloísa Lugão