Enfeite seu coração! Automaticamente estará enfeitando você! Heloísa Lugão

sábado, 13 de setembro de 2014

Sobre as mentiras que já nos contaram


Se tem uma coisa nessa vida que odeio é mentira. Acaba comigo e com a confiança na pessoa. Quebrada uma vez, já era. Nem perca seu tempo tentando colar os pedaços. Não precisa nem juntar, apenas retire-se.

 A maioria dos meus relacionamentos (a maioria- não todos) era recheado de mentiras. Teve um que as mentiras apareceram no final, outros que apareceram do começo ao fim, outros que não tiveram, outros que em algum momento teve mentira e com isso quando me envolvo com alguém novamente tenho pânico só de pensar que a pessoa vai mentir pra mim. Talvez eu tenha que procurar novamente a terapeuta ou arrumar mais coisas para fazer e sair desse foco.

Com essa desconfiança acabo magoando as pessoas, deixando-os desanimados, chateados por estar em suspeita com eles. Muitas vezes essa desconfiança acaba estragando tudo.

Sei que isso não acontece só comigo. Sei que muitas pessoas que passaram por um problema parecido ficam assim. Tem receio de se envolver. Ficam com medo de saírem magoadas, tem temor só de pensar em uma traição e mentira, não querem a dor e assim saem fora do cara que poderia sim trazer mais dores e traumas para a vida dela como poderia trazer flores, confetes e purpurinas para a vida.

Acontece, que nem todo mundo será babaca com você, vai mentir, te trair, te fazer sofrer. Já cansei de dizer por aqui que existe muito cara bacana no mundo, acredito e conheço vários.Se o cara te passar pra trás, coitado dele. Coitado porque você está sendo verdadeira, com sentimentos bons e ele brincando com tudo isso. E se o cara for babaca com você, você vai chorar e sofrer, todavia ali na frente alguém vai secar suas lágrimas e curar a dor.


Heloísa Lugão

sábado, 30 de agosto de 2014

Sobre as Cafajestes



Nos dias de hoje o homem é cafajeste e a mulher é piriguete. O cara pode sair, dormir, transar de primeira com quantas mulheres for preciso, no outro dia sumir para a garota da noite anterior, aparecer só quando não tiver outra opção e este é chamado de garanhão pelos amigos e de cafajeste pelas mulheres. Já as mulheres que transam de primeira, ficam com vários caras na mesma noite, dormem com quer, somem para o cara da noite anterior e só aparece quando está carente é piriguete para as amigas e para os caras. Tabu, nos dias atuais ainda existem tabus.

Na minha concepção piriguete é a versão feminina do cafajeste. O cafajeste  não liga pra nada, não quer saber de romance, não quer saber do dia seguinte e sim do agora, não quer se apegar, quer apenas se divertir e alguns momentos de prazer sem compromisso. A piriguete é a mesma coisa, ou melhor, a cafajeste.

Nos dias atuais uma mulher ser chamada de piriguete é feio já o homem cafajeste é lindo. Cafajeste é aquele que consegue levar várias mulheres pela lábia, o garanhão, o cara que é desejado pelas mulheres. Ledo engano quem pensa que mulher não tem lábia e não consegue uns garros quentes de quem está afim e no outro dia sumir. Sobre a questão da conversinha fiada no pé do ouvido só digo uma coisa: acredita quem quer!

Bom, neste texto não quero chamar a mulher de piriguete e sim de cafajeste. E eu já fui uma e tenho várias amigas que são e já foram cafajestes. Tenho amigas que já terminaram o namoro em plena viagem, outras que só aparecem para um sexo casual, outras que não querem apenas um e sim vários, outras que não querem ninguém no pé, outras que tem uma boa conversa e o cara caí e assim vai. Tanto elas, como eu, não somos piriguetes e sim cafajestes pelo fato de fazer com que um cara acredite na nossa conversa.

Desde já deixo claro que nem todos os homens e nem mulheres são o tempo todo cafajestes, que isso acontece em algumas vezes para as mulheres e para os homens. Tem muito cara por ai que é cafajeste e depois se torna um cara legal. Tem muita mulher por ai que é uma cafajeste e depois se torna única. Ser cafajeste sempre cansa, uma hora todos mudam.

Já fui cafajeste em outras ocasiões e nunca parei pra pensar até o dia que pensei em uma situação que aconteceu. Ocorreu uma situação e por uns três dias carreguei a culpa e me senti uma cafajeste de primeira. Arrependi pelo fato de que a pessoa envolvida não merecia o que fiz, ops calma. Na verdade não sei se ele não merecia, não o conheço a ponto de achar isso. As pessoas que o conhecem me “julgaram” pelo fato dele não merecer o que fiz. Ele nunca fez nada comigo, todavia só o vi uma vez e com isso não posso falar que ele é o homem da minha vida, o cara ideal para ser o pai dos meus filhos. Também não posso colocar a culpa na bebida, fiz o que queria.

Carreguei a culpa pelos três dias e aquilo não saia da minha cabeça até que passei um dia inteiro conversando com um amigo que me ajudou a esclarecer as coisas e tirar o peso da culpa que estava carregando pelas costas. O sujeito não quer me ver nem pintada de ouro (escolha dele), mas nunca prometi nada a ele, não tinha e nem tenho nada com ele. Pensei apenas no momento, não pensei em constituir família com um cara que conheci naquele dia.

Todos nós já fomos cafajestes por um dia. Todos nós já iludimos alguém, mesmo que seja sem querer ou com a intenção. Não podemos nos culpar, às vezes algumas atitudes inconscientes são melhores do que as atitudes conscientes. Não se culpe por ter sido cafajeste por um dia, pega isso e torne um aprendizado. Não me arrependo do que fiz naquela noite, todavia, não quero ser cafajeste sempre.


Heloísa Lugão

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

São só lembranças


E não há de se negar que éramos felizes. Durante muito tempo deu certo e fomos sim felizes ali naquele tempo. Gostávamos um do outro a nossa maneira, talvez um pouco diferente dos casais normais, mas nunca fomos um casal normal. Não é porque gostávamos um do outro do nosso jeito que gostávamos mais ou menos do que os casais normais gostam. Nós tínhamos nossos jeitos e nossos sentimentos, tudo a nossa maneira.

Eu fui feliz mesmo quando tinha que dormir com você roncando a noite toda do meu lado e mais um monte de gato. Quando saíamos e perguntavam se éramos irmãos. Quando você me chamava de enjoada. Quando fazia carinho nas minhas costas e cabelo. Quando ficávamos deitados na cama você vendo esportes e eu lendo, ali era paz e amor. Quando me dava chocolates. Quando você me zuava, o que era o tempo todo. Quando você me pedia para cozinhar. Quando você fez um jantar pra mim. Quando me deu aquele ovo da páscoa da Pucca, o sapo que vira príncipe (que era você), a bolsa linda e o cartão mais sincero do mundo. Quando me mandava torpedos na madrugada dizendo o quanto me amava. Gostava mesmo era quando escrevia pra mim, ali sim sentia toda sinceridade. Mesmo quando você esteve ausente no momento que mais precisei, também gostei de você. Quando você cuidava de mim e dizia “toma tal remédio, eu dei pra minha cachorra/ gatos e ficou boa”. Você cuidava tão bem dos seus animais e na verdade de mim você não cuidou tão bem. Não cuidou a ponto de eu decidir ir embora. Éramos bons, contudo não era bom ficar junto.

Meu Deus como você me fazia raiva. Usou toda minha paciência e mesmo assim eu ainda gostava de você.

Fui embora mesmo querendo ficar. Você sabe o quanto tentei, o quanto me esforcei, quanta coisa relevei. Não dava mais. Eu era feliz, porém o sofrimento era maior.
O que mais gostei nisso tudo foi que você gostava de mim do jeito que sou. Não mudei nada para te agradar. Não precisei encenar enquanto estava com você.

Eu gostei, gostei muito e pode acreditar. Gostava do meu jeito, mas era sincero.

Tem histórias que ninguém apaga, nem mesmo o tempo. O que fica são os momentos de alegria e a moral de história. A gente sempre aprende algo com a história.

O fim da nossa história foi começo de uma história bonita que estou escrevendo. Superei meus limites, venci orgulho, descobri o quanto sou forte, venci obstáculos, conheci muita gente bacana, amei e desamei várias vezes (mentira, só uma RS), chorei muito porque crescer dói e me vi obrigada a isso. Na nossa história eu era uma menina, na minha de hoje sou uma mulher.

Hoje não existem mais sentimentos de amor e nem de raiva. Hoje existe uma saudade, uma saudade bonita, daquelas gostosas que sentimos quando só lembramos as coisas boas. Hoje a lembrança é aquela que me faz rir e é essa que sinto quando me lembro de tudo que aconteceu.

Mas recordação boa mesmo é aquela que fica na memória, essa ninguém apaga, já as fotos não fazem mais sentindo ocupar espaço. Talvez sejam elas que estão atrapalhando a entrada do novo que quer entrar e não encontra espaço. O velho precisa sair para que o novo entre. E assim será feito.

E como disse Clarice Lispector: Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas..


Heloísa Lugão

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O melhor lugar



O melhor durante toda a minha vida foi à casa da minha avó Hilda. Foi o melhor lugar até a morte dela. Lá era o meu refugio, fugia de casa e ia pra lá ( minha mãe sempre me achava), adorava dormir com minha avó e lembro que todos os dias ela saia cedinho para ir rezar o terço na igreja. Lá era o ponto de encontro da família, onde todo o domingo tinha festa. Lá sempre tinha alegria, mas também tinha brigas. Tinha muitas comidas, aconchego e um cheiro que só lá tinha. Lá eu brincava, comia sopa todas as noites, bebia suco natural em todos os almoços, era defendida por ela, via o que queria na TV, ela me dava banho e falava que minha mãe não cuidava direito de mim (eu concordava RS). Tinha uma pracinha na frente onde ao dia brincava e a noite tinha medo de passar por lá por ser escura. Uma varanda na frente que sentávamos no fim do dia para conversar e uma varanda nos fundos que fazíamos as refeições.

Durante muito tempo a minha bisavó Dudu morou lá também. Uma senhorinha engraçada que escondia chocolate por debaixo do colchão. Uma senhora italiana que sempre me contava sua vinda da Itália para o Brasil. Que sempre me cobrava pelos namorados e falava que eu iria ficar pra titia. Que vivia em guerra com meu avô, seu genro, e era extremamente engraçado. Uma senhorinha que não ouvia muito bem (ouvia o que queria), mas que enxergava que é uma beleza. Tinha uma cadeira de balanço na varanda que era super disputada. Que ia deitar-se às 19 horas, todavia se você entrasse no quarto dela à 01 hora da madrugada esta acordava e conversava com você.

Lá, sempre foi o paraíso. Lá eu realmente era feliz e não sabia. Lá os problemas não tinham vez. Lá era paz, alegria, amor e aconchego. Gostava mais de lá do que da minha casa.

A bisavó se foi e depois a vó e nunca mais consegui ficar mais de meia hora lá naquela casa. As essências dela se foram, a casa ficou fria e vazia. Entrava lá e parecia que via minha avó andando e falando, na cozinha cozinhando ou no banheiro secando seus cabelos como de costume. E ai era inevitável lágrimas caírem. Depois disso não era mais feliz ali, era triste. Tinha uma saudade que doía, daquelas que apertam o coração e sufocam. Daquelas que só passa quando a pessoa diz “passou, foi só um sonho ruim”. A dona dessa saudade nunca iria falar isso, ela não poderia mais voltar e me dar um beijo na testa e dizer que tudo aquilo de ruim acabou e voltaríamos para a felicidade.

De tudo que minha avó me ensinou a luta pela vida foi a maior delas. Ela lutou contra sua doença até os últimos segundos. Ela sofreu muito com sua enfermidade e todos os dias agradecia pelo dom da vida. Ela tinha uma doença que não tinha cura, o problema dela era só Deus para resolver. E mesmo assim lutava e agradecia por mais um dia de vida. E ela sorria!

Depois que elas se foram pensei em várias formas de comprar a casa e dar para minha mãe. Pensei em me inscrever no BBB, jogar na Mega Sena, mas nunca consegui a grana. E agora a casa está à venda ou já vendida, não sei ao certo.

Eu queria poder morar ali para estar mais perto da minha avó, mesmo ela visitando semanalmente nos meus sonhos, mas agora não tem como mais, agora é de outro.

Fiquei muito triste por saber que outras pessoas irão morar lá. Contudo descobri que o melhor lugar que uma pessoa morar é em nosso coração e na memória e isso a minha avó tem residência fixa. Mas também fico feliz pelos próximos moradores, porque tenho certeza que estes serão felizes assim como todos nós fomos lá.


Heloísa Lugão

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Eles sabem...

Talvez eles realmente saibam ou sentem, bem como uma intuição feminina, quando a moça está em outra.

Anne tem duas amigas que saíram de um relacionamento recentemente e ficaram muito abaladas. De costume, elas procuram respostas que no momento não terão. As respostas só vão chegar quando elas não quiserem. Quando estiverem em outro momento, outra fase. E essas respostas chegarão a suas mãos sem ao menos mover uma palhinha.

Assim como as respostas é possível, bem possível, que estes exs as procurem quando elas estiverem em outra fase, outro momento. Talvez elas ainda estejam sozinhas e não querem ou não façam tanta questão deles. Talvez elas já estejam nos braços de outro alguém.

Recentemente Anne passou por essa situação. Ela não quer mais saber de Pedro, não tem contatos com ele, sumiu do mapa para ele. Ela está em um momento único, tão único que é tão só dela. Ele a procurou com um papo que não colou. Disse que viu umas coisas dela e a mesma na rua e esta aparentava um semblante triste, o que não é verdade, e disse que ficou preocupado com ela. Todavia, ele a procurou semanas depois que a viu e as coisas dela.

Preocupação?! Não minha amiga, ele quer apenas marcar território ou sentiu o gosto do desprezo. Preocupação é algo que procuramos saber na hora e não semanas depois. Ele poderia estar ocupado, muito trabalho, mas se ele realmente estivesse preocupado a procuraria o quanto antes. Desculpa Pedro, mas isso não colou. Tanto que não colou que a moça não sentiu as pernas bambas, tumtum no coração e nem ficou alegre e eufórica. Ela apenas respondeu que ele estava equivocado e ela estava muito bem. Mais uma vez ele sentiu o gosto do desprezo.

Ela não o desprezou com o intuito para que ele volte a correr atrás dela. Foi automática a resposta e reação dela. Ela simplesmente não quer mais. Já perdeu muito tempo ali e viu que é hora de perder tempo em novos caminhos.

A regra é sempre a mesma: as pessoas só dão valor quando perdem. E eles sabem e sentem quando a moça não está mais disponível para eles. Quando ele não é mais o centro do universo dela. Quando aquilo na faz mais sentido. Quando a moça perde a graça não há palhaço que a faça rir novamente.


Heloísa Lugão

domingo, 20 de julho de 2014

Conversa de ex


O namoro acabou, independente de quem tomou a frente, o romance acabou e cada um vai para o seu lado. Não importa se você quis ou não o fim você sofre nem que seja pela questão de costume. E se você não queria o fim sofre mais ainda. Chora, sofre, pensa que vai morrer de tanta dor e vazio que sente. Corre atrás dele e o mesmo ou está com outra ou com outras. Ele some, não te procura, não te atende e te ignora. Ele está bem e você um lixo. Ele sempre sorrindo e você chorando. O tempo passa você supera, esquece, segue a vida, corta e pinta o cabelo, emagrece, muda o estilo e... e ele aparece.

E surge assim do nada. Manda uma mensagem na rede social ou pelo telefone. Aparece como se nada tivesse acontecido. Como se a última vez que se falaram foi semana passada.

Ele chega perguntando como você está que responde bem perguntando como ele está que responde que está “indo”. Ele pergunta da sua família e dos seus amigos e ainda diz que adora todos eles. Este mesmo senhor audacioso começa a lembrar de fatos que aconteceram quando vocês estavam juntos e ainda diz que sente saudades de tudo aquilo. Como se não bastasse diz que te viu na rua recentemente e que você estava linda. Elogios na conversa dele não faltam. Se ele estiver namorando e você pergunta como vai o namoro ele responde com desdenha, não entra em detalhes e ainda critica a moça e compara com você (você é a melhor aqui!). Muitas coisas que você gostava ele ainda lembra e menciona todas possíveis. Ah, não podemos esquecer dos dramas que ele faz, se faz de coitado, largado, triste e arrependido nas escolhas que ele fez ao terminar com você. E para finalizar te faz um convite, mesmo ele namorando/ noivo/ casado, ele quer sair com você, ter sua adorável companhia em uma mesa só que no fundo quer fazer um remember.

Você não se sente mais atraída já que conhece todas as formas de conquista dele. Não sente frio na barriga, perna tremula e nem chora. Apenas ri e liga para amiga contando do fato, pois não acredita. Nem a amiga acredita e pede para que você mande a conversa. Vocês riem da situação e em cada balela que ele diz você tem mais certeza que não quer mais aquilo de novo.

Não quer restos, nem garante e nem ser tapa buracos de ninguém. Já sabe tudo como é e como será. Já andou naquele carro por muito tempo e conhece cada peça. Não sente vontades, tesão e nem sentimentos por ele mais.

Ele foi sim uma história bonita na sua vida, por um tempo deu certo e já acabou. A vida continua e o ciclo de vocês encerrou. Não podemos esquecer tudo que aconteceu enquanto estiveram juntos, foi bom, mas não é bom viver novamente. Algumas histórias merecem cenários novos, personagens novos e sentimentos talvez nunca vividos. Já que sabemos como é a história, por que vive-las novamente se temos a oportunidade de vivermos história na qual não sabemos de nada e que pode ser mais bonita e surpreendente do que aquela já vivida?

Antes de responder o convite, que sem querer o deixa esperando a resposta, faz uma visita na rede social dele que mostra tamanha felicidade sem você na vida dele ou o amor de conto de fadas que ele vive com a namorada/ noiva/ esposa.

Decidida e sem pensar duas vezes diz que não. Ele insiste e volta a chamá-la que inventa um compromisso. Ele quase pede pelo-amor-de-Deus-saia-comigo e você responde que não dá e que já tem compromisso. Não dado por satisfeito diz que você está com outro e que não quer contar. Coitado, mal sabe ele que você está sozinha e poderia sim sair com  ele dar uns beijos, uns garros quentes e talvez rolaria uma boa sacanagem. Contudo, você ainda prefere esperar por histórias, personagens e sentimentos novos. Despede-se dele para ir ou se arrumar para o tal compromisso e volta a assistir seu seriado intercalado com boa leitura no sábado à noite.


Heloísa Lugão

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Por onde anda Anne?


Talvez você a encontre atrás de um livro, ou debaixo do edredom assistindo um filme ou descobrindo um novo seriado, ou na companhia de alguns poucos amigos, ou na sala rindo com seus familiares e amigos nos finais de semana, ou até mesmo deitada pensando na vida e montando alguns projetos. Silêncio é a ordem do momento.

Reclusa. Anne anda estritamente reclusa, exigente e seletiva. Ela já não era mais a mesma. A cada dia se via em escolhas diferentes das quais fazia. Se pegava tomando atitudes que jamais faria em tempos atrás. Estava se sentindo gente grande. Sabia que estava amadurecendo.

Mesmo com várias pessoas reclamando de sua ausência, falando que a moça estava entrando em depressão, que ela estava triste, a mesma não se abatia pelos comentários. Coitados deles que não sabiam o quão ela estava bem, feliz e em paz com o mundo. Este momento é dela, somente dela e ninguém compreende isso.

Estava cansada de uma alegria fantasiada, de altos e baixos e de se decepcionar com as pessoas. Contudo, o que realmente a fez mudar tanto assim foi a tal alegria fantasiada que é aquela alegria quando você está com alguém, quando você tem algo que deseja, aquela felicidade que depende de uma outra coisa ou pessoa. Óbvio que ficaremos e temos que estar felizes quando conseguimos o que queremos, só que estou falando de felicidade, aquela que dura mais. Aquela que existe mesmo quando tudo está morno, nada acontece. Aquela paz, aquela paz com o mundo e com você mesmo. Aquela felicidade que não depende de nada e nem de ninguém, apenas de você. Era isso que ela queria. É isso que ela está conseguindo cada dia mais.

Feliz e serena por estar sozinha com seus pensamentos. Por ter tempo para colocar em ordem toda a bagunça que estava em sua cabeça. Por deixar cada vez mais limpo seu coração. Por se redescobrir. Por ter novos sonhos. Por se reinventar. Por fazer novas escolhas.

Passou a ver o mundo de uma outra forma e percebeu que não foi o mundo que mudou e sim ela. Não queria mais algumas coisas, pessoas, momentos, sentimentos e nem lembranças. Acordava todos os dias disposta a ficar de bem com o mundo. Ela estava conseguindo. Alegria fantasiada aqui já não tinha mais a vez.

Mesmo quieta, sozinha, na dela, estava bem. Ela descobriu que ela precisa dela. Que se ela não fizer nada por ela ninguém vai fazer. Mesmo se sentindo gorda estava de bem com o espelho e animada a voltar para a academia e quem sabe na mesma que as amigas estão malhando.

Anne só queria curtir essa paz verdadeira, curtir a própria companhia, ficar sozinha faz muito bem. Pena que muita gente não entende e não consegue. Ela só queria o silêncio.

Heloísa Lugão

terça-feira, 1 de julho de 2014

As suas escolhas



Essa semana fiquei na dúvida de há quantos anos estou no rol das solteiras e encalhadas. Não sei por que comecei a me questionar sobre e simplesmente perdi as contas.

Lido constantemente com as cobranças da minha mãe que não vê a hora de presenciar meu casamento, de umas tias perguntando sobre os namorados, dos meus amigos me chamando de encalhada em tom de brincadeira, de algumas amigas querendo encontrar um príncipe para mim, outras amigas que tentam achar o “problema” de eu estar solteira há tanto tempo e as boas amigas que me convidam para algumas cervejas, baladas e sempre boas risadas.

Quando meu último namoro terminou fiquei quase um ano sozinha. Quando saia e se rolasse vontade de beijar alguém eu beijava e quando o cara pedia algum tipo de contato eu dava errado. Meu nome era Karla, não tenho redes sociais, uso email apenas para o trabalho, detesto internet e meu telefone é esse (passava o número errado). Devo ter “perdido” a chance de conhecer muito cara bacana, dispensei muito cara bonito e talvez não tenha dado a oportunidade para o tal príncipe mostrar sua cara. E assim fiquei por um bom tempo assim.

Depois dessa fase conheci Mauro, um dos caras mais sensacionais e inteligente que conheci. Envolvemos-nos e eu apareci na fase errada da vida dele. Foi bom, durou alguns meses, não deu certo, peguei minha mala, fui embora, fiquei triste sim e depois recuperei.

Passado o cara estranho veio o Guido, aquele que me fez suspirar aos quatro cantos, que me deu frio na barriga, que me mostrou um sentimento diferente. Só que aqui ele era o cara errado. Por mais bonito tudo que foi ele era o cara errado. Foi bom, durou alguns meses, não deu certo, peguei minha mala, fui embora, fiquei triste sim e depois recuperei.

Algumas pessoas tentam encontrar um motivo para eu estar a tanto tempo solteira. Já me vi em uma mesa com várias pessoas buscando uma explicação para um problema meu. Saia assustada e achando que nem o Santo das causas impossíveis iria resolver minha causa. Santo Antonio já desisti, já que quebrei sem querer a cabeça do menino Jesus e depois a cabeça a do Santo.

As respostas que aparecem quando tentam solucionar o meu problema, deixando claro que as pessoas que buscam respostas e não eu, geralmente são três: você tem dedo podre, você não tem sorte no amor, homens não gostam de mulheres inteligentes e nem independentes.

Em alguns momentos concordei com essas respostas e já estava contentando em ser uma tia que mora em casa cheia de plantas e bichos, faz crochê o dia todo em sua cadeira de balanço, assiste às novelas... Arg!
Mas graças a Deus os momentos de lucidez sempre chegam e a gente para pra pensar.

Cheguei à conclusão de o tal dedo podre é apenas uma desculpa de uma vitima de suas próprias escolhas e estas sempre erradas. Gente que se contenta com pouco, que acha que merece o cara pilantra, que se contenta em dividir o “amor” com a oficial. Você tem o livre arbítrio de escolher o cara que você quer. Você só vai se envolver com alguém se você quiser. Só vai beijar, transar com o cara se você quiser. Se você achar que merece um cara que mente pra você, que brinca com seus sentimentos, que é infiel isso daí é problema seu e não me venha acusar o destino de colocar a pessoa errada na sua vida. Ok, o destino coloca sim pessoas erradas em nossas vidas, contudo, quem decide se elas ficam ou não é você. Comecei a associar esse tal dedo podre com escolhas e autoestima.

E a questão de que os homens não gostam de mulheres independentes e nem inteligentes? Ah minha amiga tenho analisado a fio e tenho visto como uma grande balela.

Os homens gostam de desafios, hoje em dia eles aceitam dividir as contas e gostam de mulheres independentes e se forem independentes emocionalmente então ai que eles se apaixonam mesmo. Homens hoje em dia aceitam dividir as tarefas de casa, as contas a pagar, o tempo da mulher numa boa.

Sejamos bem sinceras não tem nada pior do que você ficar perguntando para o cara se ele arrumou emprego, se ela terminou o trabalho da faculdade, se ele se inscreveu no vestibular da faculdade ou de algum curso técnico. Isso é papel de mãe e não de namorada. Não é chato?! Então,agora inverte da mulher para o homem e o homem para a mulher... Isso também é chato.

Pior do que isso é gente dependente emocionalmente. Muitas vezes eu não dou conta de trazer felicidade para a minha vida quanto mais para a vida de um cara. Não consigo ficar com uma pessoa que depende de mim pra tudo. Que eu sou a felicidade, o amor, a paz e tudo mais para essa pessoa. Isso cansa, pesa. E isso não é só comigo, todos nós sentimos assim.

Não suporto caras que reclamam, que colocam a vida deles em minha mãos, que procuram chamar minha atenção o tempo todo. Muitas vezes eu não sei nem o que fazer com uma caneta na mão quanto mais com a vida de uma pessoa. Eu sei, eu sei que muitas vezes já fui assim só que era chato tentar encontrar uma forma de chamar atenção de um cara. Ficava pior ainda porque estava mendigando atenção e dando a responsabilidade a ele de fazer o que bem entender com a minha vida.

Não venha me dizer que você é carente o tempo todo e que aceita alguém assim. Ninguém é carente o tempo todo, em alguns momentos teremos nosso momento claridade e ai queremos ficar sozinhos, queremos fazer outras coisas que não inclua o outro carente e ai que quando você estiver nesses momentos vai ver que realmente não dá para manter relacionamentos com e/ou por carência.

Conheço uma mulher que além de linda é bem resolvida, independente, inteligente, casada e com filhos. Ela não é raridade, talvez seja. Ela é raridade porque ela não reclama dos homens. Ela sabe que existe muito malandro por ai, todavia, ela já conheceu alguns Dom Juan e até se casou com um. Ela sabe que reclamar e não mudar não adianta de nada. Ela é leve, tem uma ótima autoestima, e feliz por si só. Sabe que tudo depende das escolhas dela.

Ah, mas mulheres inteligentes e independentes, em sua maioria, sempre se separam. Pois é, estamos falando de mulheres inteligentes que não se contentam com pouco. Elas sabem o que é melhor, o que as fazem felizes e que se um relacionamento não faz mais bem para ela a mesma encera o assunto por ali mesmo.

Azar no amor? Azar tem você reclamar de tudo, de ser chata, de achar que todos os homens são pilantras, de ter uma autoestima caída e não fazer nada para mudar, de ficar pedindo nas orações todos os dias um amor do jeitinho que você quer. Sorte no amor tem quem não espera nada dele e é surpreendido. Sorte tem aquela mulher que sabe que as escolhas da vida dela depende dela e estas são as mais inteligentes possíveis e com toda a certa de que está fazendo a coisa certa, que aquilo é o que ela realmente merece. Pare de se lamentar, vitimizar, vai se amar, preparar seu jardim para esperar um amor lindo e verdadeiro chegar.
Ah, só mais uma coisa: estou há 3 anos solteira. Lembrei!!

Heloísa Lugão

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Quem é você?


Dias desses passei pela sala e a tv estava ligada no programa Fátima Bernardes (não vi o tema) mas entre as mensagens que aparecem na tela uma pessoa mandou assim “Tenho medo de não de um dia não me conhecer” e fiquei pensando naquilo. Não sei nem quem é a pessoa muito menos sua idade, porém imagino que seja uma pena uma pessoa não se conhecer pelo menos um pouquinho, até porque nunca chegaremos à conclusão de quem realmente somos.

Contudo, afirmo que é uma delicia esse processo de conhecimento. Cheguei a uma fase da minha vida que conhecia todo mundo, sabia os gostos e preferências de todos menos os meus. Perai, eu preciso saber quem sou, nem que seja só um pouquinho e foi ai que comecei o meu processo de conhecimento.

Cheguei a um ponto onde me achava estranha, sabe essas crises de adolescentes e/ou crises existenciais? Tive a minha aos 23 anos. Não sabia qual era a minha banda preferida, meu prato predileto, nem mesmo algumas qualidades e defeitos. Fazia de tudo para descobrir o que o outro queria para agradar e não fazia nada por mim já que não sabia o que realmente gostava.

Não era uma pessoa interessante, já tentei ser outra pessoa para agradar outras pessoas, corria de mim. Chega, cansei e resolvi mudar. Foi ai que me coloquei de castigo e só sairia de lá quando aprendesse e de brinde por ser uma boa garota ganharia um mimo.

Fiquei de castigo, sofri, pensava que ficaria louca, surtei, queria desisti daquilo, queria desistir de mim, era complicado demais, precisei da solidão, de pensamentos e com o tempo, de pouquinho a pouquinho fui descobrindo quem eu era. Fui me apaixonando e achando interessante a pessoa que estava conhecendo que por sinal era desconhecida e morava dentro de mim.

Essa pessoa desconhecida foi aflorando e passou a se assumir do jeito que é sem ter vergonha e medo do que o mundo iria pensar. O único medo que ela tinha era de que voltasse a adormecer a pessoa linda que existe dentro dela. A vergonha que sentia era de ter passado tanto tempo escondida.

Hoje quando ela conhece alguém já mostra logo seu lado um pouco maluquete, seu estilo um pouco mais livre, seu gosto peculiar, sua personalidade forte. Ela não se passa mais por santa, patricinha e nem que gosta do que a moda dita, alias ela dita sua própria moda. Ela se acha linda em uma sexta-feira a tarde mesmo com a cara acabada de cansaço depois de uma semana intensa, sem maquiagem, descabelada e até inchada. Se acha interessante quando passa o final de semana todo em casa de pijama. Não se encanta com os saltos da moda, se apaixona cada vez mais pelas Havaianas, tudo que é conforto lhe fascina. Não liga pelas roupas larguinhas que usa ao invés de usar uma roupa mais justa que valoriza mais seu corpo. Ela não quer alguém que valorize seu corpo, quer alguém que valorize suas idéias. Ela talvez nem queira alguém, mas ela quer sempre ela.

E desde quando a boa moça saiu do castigo ela vem recebendo mimos um atrás do outro, até já sabe sua banda predileta, seu prato favorito, sua cor predileta. Ela sabe o quer pra si. Ela se tornou tão interessante pra si que muitos que antes ela achava que era o máster de atraente hoje é um mero babaca. Ela se tornou tão interessante ao ponto de muitos a acharem interessante também.


Heloísa Lugão

terça-feira, 24 de junho de 2014

Por que nos maltratamos tanto?


Adoro acordar cedo e principalmente correr na praia. Meu dia fica melhor, mais bonito e me faz um bem enorme, só que tem sido muito difícil acordar cedo já que tenho ido dormir muito tarde e junta frio + preguiça e quando vou ver já perco a metade do dia. Dói, dói muito acordar cedo e no frio. Quando faço isso recebo uma enorme recompensa da vida, seja alguma vista que me encanta, um sorrido de bom dia dado por um desconhecido na rua, uma gentileza, enfim, mesmo sendo dolorido correr pela manhã me faz muito bem e ando muito desleixada nisso. E no fim da corrida sempre me pergunto: por que não faço mais isso?

Olha, sendo muito sincera não gosto de ir para a minha cidade (a que eu nasci), é longe, já não conheço quase ninguém de lá, é muito quente, não tem absolutamente nada lá (pra você ter idéia lá só tem hambúrguer, pizza e churrasco, mais nada) e sempre que vou, e isso anda sendo cada vez mais raro, vou chorando. Quando volto também volto chorando (risos). Vou chorando porque não gosto de ir pra lá, vou mais por necessidade mesmo. Volto chorando porque adoro e amo muito as pessoas que tenho lá: família (alguns deixo claro) e poucas amigas. São poucas as pessoas que tenho lá, contudo são de um apreço enorme. Realmente não saio lá já que o melhor está em casa. E fico me perguntando: por que não faço mais isso?

Muitas vezes nós valorizamos aquilo que não nos valoriza. Damos importância para coisas e pessoas que não fazem o mesmo por nós. Maltratamos-nos quando nos forçamos a fazer algo que não irá nos agradar. Quando a gente sabe que aquilo não faz bem e mesmo assim fazemos. Tem gente que não merece um pingo de lágrimas e estamos lá caídas e mergulhadas em lágrimas por um alguém que possivelmente estará rindo de nossa cara. Tem gente que não está nem ai pra gente e estamos lá que nem um animalzinho de estimação correndo atrás e enquanto isso tem gente que faz isso pela gente e nós muitas vezes desprezamos ou não damos tanta importância

Nos maltratamos o tempo todo. Deixamos de nos alimentar bem, de dormir bem, de fazer o que realmente gostamos e precisamos, deixamos quem nos quer bem de lado, perdemos tempo com gente que não se perde pela gente. É muito tempo perdido e muita falta de amor, amor-próprio meu amigo (a). Ta na hora de perder tempo com quem se perde pela gente. Ta na hora de fazer mais o que nos faz bem. Ta na hora de nos amarmos mais.


Heloísa Lugão

sábado, 21 de junho de 2014

Fugir x Encarar de frente



Anne nos últimos dias estava de bad, de bode, mal, pra baixo. Sentia-se gorda, feia, inchada, cafona, relaxada, burra, sozinha e todos outros defeitos possíveis no mundo. Pensava que era apenas uma tpm, mas aquilo já perdurava por semanas. Era mais uma nova fase. Uma fase que por sinal estava sentindo-se acabada, derrotada. Sabe aquelas cenas de filme onde a mocinha sai do quarto com o cobertor na cabeça, de pijamão, meia colorida e descabelada? Esse era o look nos finais de semana da moça.

Sua casa nos finais de semana estava ficando cheia de amigos e ela mesmo assim sentia-se sozinha. Aconteceu em um sábado onde todos estavam na sala conversando, rindo e ela no quarto vendo filmes. Alias, sua programação era apenas filmes, onde assistia entre quatro filmes por dia.

Das piores da solidão o que mais sentia era a falta de si. Por isso que mesmo cercada de pessoas se sentia só. Não eram quaisquer pessoas, eram seus amigos, família.

Não pensava em uma maneira de mudar aquela fase. Apenas corria de tentar solucionar o problema. Nos finais de semana via filmes o tempo todo, durante a semana se jogava no trabalho onde fazia um extra sem ganhar extra para não pensar.

Com isso pôr-se de castigo. Só sairia dali quando melhorasse. Precisava pensar, mudar essa situação urgente. Ela queria de novo o brilho no olhar, o sorriso contagiante, o jeito leve de viver e estar bem não só com o mundo, mas com ela mesma. Sentia-se tão mal com ela mesma que queria que toda aquela sensação ruim fosse como uma roupa onde ela tira, joga fora e pega outra nova, bonita e limpa.

E como toda moça levada Anne direto estava fugindo do castigo e não estava fazendo um bom uso do mesmo. Pensou em ser mais rígida com ela mesma. Pronto, decidiu ficar um final de semana sem tecnologia. Nada de whatsapp e nem facebook por pelo menos um final de semana. Vamos sumir dos olhos de algumas pessoas.

Na chuvosa noite de sexta-feira a moça iria encontrar-se com três amigas para conversarem. Havia muito tempo que elas não sentavam e conversam. Cada uma foi atualizando a vida até que uma virou-se para Anne e perguntou qual o motivo de tanta bad. Anne contou e à medida que ia contando as coisas iam clareando em sua cabeça. Os conselhos das amigas também a ajudaram. Falar com outra pessoa sobre nossos problemas é muito bom, uma vez que ao falar nós mesmos chegamos a algumas conclusões e também podemos de brinde ter uma ajuda de quem está por fora e não vê o problema como vemos.

Naquela mesma noite a moça reativou o facebook e voltou para o whatsapp. Não adianta correr. Não adiantava sumir, fugir. Quando ela voltasse os problemas dela estariam lá a sua espera. Ela precisava encarar.

Ledo engano dizer que precisava ficar sem essas tecnologias porque precisa de mais tempo. Porque longe delas conseguiria terminar de ler seus quatro livros, assistir a lista de filmes que separou e começar a ler a pilha de livro que estava em sua estante. Ela precisava se organizar, planejar horários, distribuir melhor o tempo.

Não adianta falar que queria sumir dos olhos de algumas pessoas. É apenas não ficar ali procurando por noticias, desprezar a existência de algumas pessoas. Sumir sim dos olhos deles, mas continuar sendo vista por quem realmente a queria bem. É ficar menos tempo nessas redes, cuidando mais do mundo aqui fora e sem precisar desativá-las. É provar pra ela mesma o quanto ela é forte, coisa que muitas vezes duvidava.

A vida segue e com ela levamos os problemas de brinde. Você tem a opção de fugir, sumir, se esconder e tem também a opção de querer encará-los de frente e solucionar todos eles o quanto antes. Anne optou em afrontar contra isso. Levantar-se mesmo querendo ficar deitada, fazer o que queria mesmo sem vontade. E lutar todos os dias contra aquilo até que acabasse. Tipo, matando um leão por dia. Ela tinha muitas coisas para fazer e resolver e não podia dar-se ao luxo de deixar suas obrigações de lado para ficar curtindo bads ou esperando que tudo fosse resolver da noite para o dia.

Mas resolver problemas de solidão interna não é tão fácil assim. Sim, querida Anne todas nós sabemos. Porém, isolar-se e fazer tudo que você sabe que não lhe faz bem é bem pior. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.

Heloísa Lugão



quinta-feira, 19 de junho de 2014

Quando gostamos de verdade


Uma vez me falaram que quando a gente se apaixona de verdade mesmo não vemos raça, classe, situação financeira, nada disso. Quem me disse isso estava coberto de razão.

Ele não era nada daquilo que eu estava acostumada. Não tinha nada que eu queria, ele não tinha nada. Eu estava acostumada com caras formados, doutores e não com caras semi-analfabetos cheio de amor sincero.

Eu estava acostumada com caras que mentiam, gostavam de jogar a culpa em mim. Com caras que se vangloriavam e não com um cara que se sentia o máximo por estar comigo.

Ele era o tipo de cara que eu gostava de estar. Que me trazia paz, sossego, muito frio na barriga. Trazia-me muitas risadas, felicidade era cotidiana.

Não me importava que ele fosse um cara que trabalhava na roça. Que a hora dele dormir é a hora que vou para a balada. Que a hora dele ir trabalhar é a hora que eu chego da balada.

Não me importava com as coisas erradas que ele falava. Com as mãos calejadas que ele tem. Com o jeito cafona de se vestir.

Importava-me com as palavras mais sinceras que ouvi. Com os carinhos dele. Com o cafuné nos meus cabelos que só ele fazia. Com o jeito que me abraçava para me cobrir do frio.

Eu me importava com o cheiro de homem que ele tinha. Com o jeito que ele fazia eu me sentir mulher e cada vez mais dele. Importava-me com a sinceridade dele. A confiança.

Importava-me com as atitudes dele. Alias, ele não era de palavras. Ia lá e fazia. Talvez seja ai que me apaixonei mais.

Quando gostamos de alguém, não gostamos do que a pessoa tem. Gostamos do que a pessoa nos proporciona. Gostamos daquilo que a pessoa nos transforma. E ele transformou o melhor de mim em mim.


Heloísa Lugão

domingo, 15 de junho de 2014

Borrou-se de batom naquele beijo



Quando ela estava saindo daquela festa ele foi atrás. Tentava puxar um assunto. Estava na cara que ele queria dizer algo e não sabia por onde começar. Ela olhava e ria.
Ele:
- Eu queria te beijar hoje, mas dizem que quando as moças vão as festas de batom vermelho é porquê não querem beijar ninguém.
Ela limpou-se com as mãos retirando o batom vermelho, olhou pra ele que estava espantado e o beijou.


Heloísa Lugão

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Dia dos namorados sem namorado



Dia dos namorados chegou e você assim como eu está sozinha. Pegue um café, sente-se e vamos conversar.

Não adianta vir falar que está feliz por passar esse dia de hoje sozinha porque não vai gastar com presentes, que você detesta flores e não corre riscos de ganhar, que você não vai jantar naquele restaurante que você detesta, que hoje é a abertura da copa. Não me enganam essas frases.

Eu também odeio flores, todavia gostaria de receber umazinha. Nem que fosse roubada do jardim do vizinho. Ficaria feliz em sair pra jantar hoje. Gastar o dinheiro que não tenho comprando um presente bem bacana pro cara e depois ver a cara dele de feliz e bobo apaixonado. Porém, hoje o dia não será assim, afinal não estou preparada para receber o tal amor bonito. Ainda não sei amar direito. O amor que eu quero ainda não encontrei.

Não é tão doloroso assim passar o dia de hoje sozinha. Doloroso é quando não se ama direito. Quando estamos com alguém para cobrir nossas carências. Quando estamos com outro alguém só para mostrar para a sociedade que nós temos alguém. Isso sim dói muito. Porque querendo ou não a pessoa que se sujeita a esse tipo de relacionamento está mais sozinha do que alguém que não tem um alguém.

Ano passado passei também sozinha, mas recebi uma ligação muito especial. Esse ano o telefone não tocou e ele não vai ligar. Não espero surpresas, nem convites, nem presentes e muito menos declarações. Eu tô bem aqui quietinha.

Mas sabe minha amiga eu acredito no amor e posso te afirmar que já vivi um. Acredito tanto no amor que espero e quero viver de novo. Tanto que decidir ficar aqui no meu cantinho, pensando na vida, no amor e preparando a casa para quem sabe o próximo ano.

Decidi que além de querer viver o amor bonito, quero um amor inteligente. Daqueles que a gente saiba amar. Mas tem uma fórmula pra isso? Não tem não minha amiga, mas eu acredito que ele exista.

Também não existe essa de “amar direito”, cada um ama do seu jeito. Cada um sabe como é o seu amar direito.

Acredito que o amor sempre vem, sempre chega e quanto mais você acredita e deixa ele solto mais ele corre até você.

Eu quero um amor cafona, mas amar é cafona. São apelidos, presentes, programas e no fundo nos adoramos. Deliciamos-nos com cada gesto, atitude, palavra, olhar.

Não se queixe pelas postagens que você vê no dia de hoje na internet, deseje felicidade. Distribua sorrisos e felicitações com o coração para aqueles casais apaixonados que você conhece. Dizem que quando desejamos o bem atraímos o bem. Vamos desejar amor, felicidade, cumplicidade para os casais que conhecemos. Eu mesma conheço vários casais e desejo tudo de melhor a eles.

Não quero meus amigos tristes no amor, sozinhos. De triste no amor basta eu? Não minha amiga, eu não estou triste hoje. Sei que hoje não estou preparada para o tal amor cafona chegar. Talvez você também não.

E enquanto ele não chega vou ali desejar felicidade e amor a todos os casais que conheço. Aproveitar o restinho do dia e me namorar, me curtir, ficar na minha própria companhia. Assistir o jogo com amigos e familiares e celebrar com eles o dia do amor.

Acredito no amor e desejo um amor lindo na sua vida, um amor cafona, inteligente e que você saiba amar. E se você já tem um amor desejo mais amor a você e ao seu amor. Não importa quem você ama, só não ame pouco e nem deixe amar. Amor é lindo demais para ser desperdiçado e deixado de lado.


Heloísa Lugão

quarta-feira, 11 de junho de 2014

O castigo



Anne se colocou de castigo, do jeito que as coisas iam não davam mais. Foram erros atrás de erros, emendou amores atrás de amores e decepções atrás de decepções. Chegou à hora de parar, respirar, ficar um tempo sozinha, tentar encontrar a verdadeira paz. Estar nessa fase não seria nada fácil, era ela por ela. Ninguém poderia fazer nada por ela, ninguém ia resolver esses problemas internos que refletiam o externo por ela.

Era diminuir as saídas, se afastar de algumas pessoas, mudar a rotina para que a vida mudasse. Era sair e apenas se divertir, sem muitas bebidas. Era pensar muito. Tentar encontrar onde estavam os erros. Tomar novas decisões. Ter novas escolhas.

A primeira coisa que a moça decidiu é que não queria mais aventuras. Chega! Aventuras ela já viveu demais. Ela gostava de adrenalina, mas agora ela queria estabilidade, segurança e um cais. Ela queria sentir outro tipo de frio na barriga e coração batendo acelerado.

Viveu uns dias sombrios onde trancou-se no quarto e ficava a pensar. Não se engane, ela não está triste e nem chorona, ela apenas queria pensar e chegar a pelo menos uma conclusão. Queria também criar sonhos novos, ter novos projetos e todos eles queria que fosse em segredo. Não queria sair espalhando por ai. Queria novas surpresas.

Outra decisão que tomou foi em relação a algumas pessoas. Não trocou a ordem delas em sua vida. Simplesmente, as excluiu. Tem gente que não acrescenta nada em nossas vidas. Tem gente que não faz sentido ter em nossa vida. Tem gente que infelizmente só faz mal pra gente. Ela não quer mais isso. Pegou o celular e foi excluindo alguns vários contatos. As pessoas também não merecem que as procuramos somente quando estamos em momentos de carência.

Algumas pessoas não entendiam esse afastamento e nem essa idéia que Anne tinha de querer ficar sozinha. Tem gente que não entende que às vezes a melhor companhia é a nossa. Que muitas vezes essa melhor companhia nos faz falta.

Anne é cercada de pessoas, seu celular está sempre apitando, mas às vezes se sentia sozinha. Tinha ali seus garantes que lhe davam momentos bons, e mesmo assim se sentia vazia. Tinha milhares de amigos e mesmo assim sentia falta de alguma coisa. Ela sentia falta dela mesma. Sentia falta de estar em paz consigo mesmo. Falta de poder pegar um livro e ficar ali com o pensamento focado no livro. Falta de passar um final de semana todo em casa de pijama. Sentia falta da sua paz e foi por isso que se colocou de castigo.

A moça muitas vezes acordava e sentia um vazio, uma vontade de ter alguém de verdade. Hoje ela acordou e não sentiu falta de ninguém, talvez ela esteja aprendendo a amar direito. Amar direito é quando a gente se ama em primeiro lugar. É quando paramos para cuidar de nós mesmos. Quando nos damos colo e carinho.

Ela estava com calma e paciência. Sabia que suas respostas não sairiam do dia para a noite, ela tinha todo o tempo do mundo, ela só quer as respostas. Pode demorar, não tem problema. Ela quer sair nova dessa fase.


Heloísa Lugão

terça-feira, 3 de junho de 2014

A sua indecisão


Ainda não sei o que você decidiu, porém quero que saiba que não tenho a vida toda para suas indecisões. Te pedi pra ficar. Disse que quero ficar, mas já estou cansada de esperar.

Dói esperar um telefonema seu, um aviso, qualquer sinal de fumaça.

Estou cansando. Tomei uma dose de coragem e comecei a arrumar minhas coisas. A outra dose de coragem vou tomar quando decidir ir embora.

 No fundo estou à espera de você vir atrás e me pedir para que eu não vá embora. Como aquelas cenas de filme onde a mocinha sai pela porta e o mocinho vai correndo, ele segura nos braços dela, a vira, eles se olham e se beijam e pra ficar mais sexy no meio do beijo ele a pede pra ficar e eles voltam a se beijar. Era isso que eu queria!

Quero seu olhar sobre mim. Sua decisão. Sua segurança. Sua mão na minha nuca e sua boca na minha. Sua barba passando no pé do ouvido. Pode também me agarrar pela cintura e dizer que nunca mais vai me soltar. Pode sorrir pra mim. Ligar de madrugada. Deixar que eu seja seu romance, seu sexo, seu sentimento, sua amiga.

E pelo visto não acontecer nada disso. Pelo jeito você não vai decidir nem tão cedo como me quer. Talvez você se decida quando eu for embora. Quando olhar para o seu celular e não ver nenhuma mensagem e nem ligação minha. Quando você me ligar e eu não te atender. Quando vier me procurar e eu simplesmente sumir. Quando eu já estiver longe. Quando eu estiver nos braços de um alguém seguro e que saiba o que quer de mim.

 Mas o que mais quero que saiba é que se eu for embora, não volto mais.


Heloísa Lugão

domingo, 1 de junho de 2014

Dica de filme: Sob o sol de Toscana


O público alvo do blog são pessoas que saíram de um relacionamento e/ou estão recomeçando a vida em alguma área. Recebo vários emails de pessoas que querem recomeçar e a grande maioria quando procura o blog é porque terminou um relacionamento. Nas próximas respostas de email vai de brinde a dica do filme que vou falar.

O filme conta a história de uma escritora, feliz e bem sucedida Frances Mayes (Diane Lane) que é surpreendida com um pedido de divórcio. Como todos nós quando terminamos um relacionamento ficamos perdidos e não sabemos por onde começar. Contudo, Frances ganha de um casal de amigas uma viagem para Toscana na Itália com um grupo de gays.

Durante a viagem a escritora vê um anúncio de venda de uma casa de 300 anos, caindo aos pedaços, enorme. Tentada e pelo impulso ela compra a casa. Outro país, sem seus amigos, outra tradição, outra língua e assim ela recomeça a vida.

Começa a reformar sua casa, faz amigos, tem momentos de solidão, tem uma forte ligação com a fé, chora e continua.

O filme traz as belas paisagens da Itália (o que aumenta mais ainda a vontade de conhecer) e umas frases que instiga a um pensamento mais aprofundado no que está acontecendo atualmente em nossas vidas.

Frances tinha alguns sonhos que queria realizar naquela casa e realizou, porém não do jeito que ela queria e ela nem percebeu. Quantas vezes em nossas vidas queremos algo, conseguimos e nem percebemos a vitória? O motivo disso é que estamos tão focado nos mínimos detalhes e que se não for daquele jeito não era o que queríamos. Muitas vezes conseguimos o que queremos, mas não do jeito que gostaríamos. Talvez recebemos melhor do que gostaríamos, mais do que pedimos. O filme relata sobre as surpresas boas da vida.

Muitas vezes pequenas coisas são de grande significado.

Um dos trechos que mais me chamou atenção foi esse:

Entre a Áustria e a Itália, há uma parte dos Alpes chamada Semmering. É uma parte incrivelmente difícil de subir, muito alto das montanhas. Eles construíram um trilho nestes Alpes para ligar Viena e Veneza, mesmo antes de existir um trem que pudesse fazer a viagem. Mas eles construíram porque sabiam que, algum dia, o trem chegaria.

E chega. Quando acreditamos as coisas boas acontecem.

E no amor? Frances procura um amor e acaba encontrando, só que no fundo ela não estava preparada para o tal amor. Foi atrás, se esforçou, procurou, pensou e não foi dessa vez. E ai que entra a história das joaninhas “quando era criança ficava procurando as joaninhas no jardim, um dia dormi no jardim e vi uma joaninha sobre mim”. Felizmente ou infelizmente no amor é assim, quanto mais você procura menos encontra. Enquanto você não cuidar do seu jardim nem borboletas e nem joaninhas irão chegar no teu jardim.

O que mais gostei no filme e devido alguns acontecimentos recentes foi a coragem de Frances ao fazer uma mudança radical e isso me deu ânimo também para realizar uma mudança radical.

Bom, espero que gostem do filme fica ai uma boa dica pra vocês.

“"Arrependimento é perda de tempo. É o passado torturando você no futuro..."

Heloísa Lugão





sábado, 31 de maio de 2014

Quando a gente para

Tem horas na vida que precisamos cuidar menos dos outros e mais de nós mesmos. Tem dias que precisamos de colo, do nosso colo. Tem fases que precisamos parar, dar um tempo e Anne estava decidida a parar.

Anne desde que terminou com o Chico Bento do Gu emendou um amor atrás do outro e talvez até tenha se esquecido do seu próprio amor. Foram vários na tentativa de esquecer Gu, de não querer ficar sozinha, de estar carente.

Determinou a parar e a esperar até que alguém que realmente fosse bom e valesse a pena a tiraria de casa para um cinema no fim da tarde de domingo, uma pizza na sexta. Cansada, Anne estava cansada de ciladas, pessoas que não valem tanto a pena para se preocupar.

De todas faltas e saudades que sentia a que a moça mais sentia era a falta dela mesmo. Dela pra ela.

O tempo para o coração foi dado. A ordem é arrumar a bagunça que está aqui dentro.


Heloísa Lugão

terça-feira, 27 de maio de 2014

Eu gosto é do estrago


O dia poderia ter sido normal se Anne parasse de pensar naquele rapaz da noite anterior. Mas ela não conseguia.

O cheiro dele, cheiro de perfume barato que a fez torcer o nariz parecia que tinha grudado nela. Grudou no pensamento dela. Ela sentia o cheiro dele por onde passava.

E o beijo que ela ainda sentia o gosto. O beijo bateu de primeira. Não precisou de detalhes para acertar. Foi encaixe perfeito. Beijo que ela ficava sem fôlego.

As mãos dele quando a tocavam, o abraço que ele dava. Ela ainda pensava em tudo que aconteceu naquela noite um tanto que perfeita para ela. Ria sozinha ao lembrar-se do que aconteceu.

Não precisou de muito, houve química de primeira.

Ele não era perfeito, era cheio de imperfeições, mas quem disse que o perfeito é bom? Anne gostava do estrago, do estranho, de frios na barriga e ele a proporcionou tudo aquilo em poucas horas.

Ela só queria mais, mais oportunidades, mais vezes, mais ele, mais beijos, mais perfume barato, mais estragos, mais imperfeições e muito mais frios na barriga.


Heloísa Lugão

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Não era mais flor

Há alguns dias Pedro e Anne voltaram a se falar. Ele passou a procurá-la e ela voltou a atender.
Naquele dia eles conversaram o dia todo e no final ele a chamou para uma volta e ela acabou indo.
Conversaram muito (coisa que ele não é de fazer), riram, brincaram e se beijaram.
Anne ficou a procura do frio na barriga que antes sentia por ele. Não o achou mais bonito, achou ele gordo e o beijo não era como o esperado.
Foi legal estar na companhia nele, mas não foi aquilo tudo que ela esperava.
Percebeu que quando deixa de ser flor já era. Para a moça flor quando morre não floresce mais.
Ela percebeu que não gostava dele. Precisava tirar essa dúvida. Não era sentimento, era posse. Posse, pois ela ficou um bom tempo só com ele e ele tem tudo que ela gosta em um cara. Ela já tinha o colocado no topo da pirâmide dela e agora ele era mais um.
Aquele beijo não era mais o melhor beijo do mundo. Era um beijo normal, como os outros.
Ele foi fofo, agradável, simpático a noite toda e ela não sentia o que sentia antes por ele.
Pedro a surpreendeu, mas ela não queria criar expectativas. Anne não confiava em Pedro, naquela noite mesmo ele entrou em contradição. Descobrirá umas mentiras e conheceu mais a fundo quer era o tal cara.
Algumas recaídas são necessárias e ela precisava dessa recaída para chegar a uma conclusão.
Não era nada daquilo que ela queria para ela. Ela só quero o que é verdadeiro, recíproco e o que lhe dê frio na barriga.
Pedro realmente já não era mais flor.

Heloísa Lugão