E
não há de se negar que éramos felizes. Durante muito tempo deu certo e fomos
sim felizes ali naquele tempo. Gostávamos um do outro a nossa maneira, talvez
um pouco diferente dos casais normais, mas nunca fomos um casal normal. Não é
porque gostávamos um do outro do nosso jeito que gostávamos mais ou menos do
que os casais normais gostam. Nós tínhamos nossos jeitos e nossos sentimentos,
tudo a nossa maneira.
Eu
fui feliz mesmo quando tinha que dormir com você roncando a noite toda do meu
lado e mais um monte de gato. Quando saíamos e perguntavam se éramos irmãos. Quando
você me chamava de enjoada. Quando fazia carinho nas minhas costas e cabelo. Quando
ficávamos deitados na cama você vendo esportes e eu lendo, ali era paz e amor. Quando
me dava chocolates. Quando você me zuava, o que era o tempo todo. Quando você
me pedia para cozinhar. Quando você fez um jantar pra mim. Quando me deu aquele
ovo da páscoa da Pucca, o sapo que vira príncipe (que era você), a bolsa linda
e o cartão mais sincero do mundo. Quando me mandava torpedos na madrugada
dizendo o quanto me amava. Gostava mesmo era quando escrevia pra mim, ali sim
sentia toda sinceridade. Mesmo quando você esteve ausente no momento que mais
precisei, também gostei de você. Quando você cuidava de mim e dizia “toma tal
remédio, eu dei pra minha cachorra/ gatos e ficou boa”. Você cuidava tão bem
dos seus animais e na verdade de mim você não cuidou tão bem. Não cuidou a
ponto de eu decidir ir embora. Éramos bons, contudo não era bom ficar junto.
Meu
Deus como você me fazia raiva. Usou toda minha paciência e mesmo assim eu ainda
gostava de você.
Fui
embora mesmo querendo ficar. Você sabe o quanto tentei, o quanto me esforcei,
quanta coisa relevei. Não dava mais. Eu era feliz, porém o sofrimento era
maior.
O
que mais gostei nisso tudo foi que você gostava de mim do jeito que sou. Não
mudei nada para te agradar. Não precisei encenar enquanto estava com você.
Eu
gostei, gostei muito e pode acreditar. Gostava do meu jeito, mas era sincero.
Tem
histórias que ninguém apaga, nem mesmo o tempo. O que fica são os momentos de
alegria e a moral de história. A gente sempre aprende algo com a história.
O
fim da nossa história foi começo de uma história bonita que estou escrevendo. Superei
meus limites, venci orgulho, descobri o quanto sou forte, venci obstáculos,
conheci muita gente bacana, amei e desamei várias vezes (mentira, só uma RS),
chorei muito porque crescer dói e me vi obrigada a isso. Na nossa história eu
era uma menina, na minha de hoje sou uma mulher.
Hoje
não existem mais sentimentos de amor e nem de raiva. Hoje existe uma saudade,
uma saudade bonita, daquelas gostosas que sentimos quando só lembramos as
coisas boas. Hoje a lembrança é aquela que me faz rir e é essa que sinto quando
me lembro de tudo que aconteceu.
Mas
recordação boa mesmo é aquela que fica na memória, essa ninguém apaga, já as
fotos não fazem mais sentindo ocupar espaço. Talvez sejam elas que estão
atrapalhando a entrada do novo que quer entrar e não encontra espaço. O velho
precisa sair para que o novo entre. E assim será feito.
E
como disse Clarice Lispector: Ainda bem que sempre existe outro dia. E
outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas..
Heloísa
Lugão
Um comentário:
E bora recomeçar.. belo post!
Bj e fk c Deus.
Nana
http://procurandoamigosvirtuais.blogspot.com.br/
Postar um comentário