Enfeite seu coração! Automaticamente estará enfeitando você! Heloísa Lugão

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Quando gostamos de verdade


Uma vez me falaram que quando a gente se apaixona de verdade mesmo não vemos raça, classe, situação financeira, nada disso. Quem me disse isso estava coberto de razão.

Ele não era nada daquilo que eu estava acostumada. Não tinha nada que eu queria, ele não tinha nada. Eu estava acostumada com caras formados, doutores e não com caras semi-analfabetos cheio de amor sincero.

Eu estava acostumada com caras que mentiam, gostavam de jogar a culpa em mim. Com caras que se vangloriavam e não com um cara que se sentia o máximo por estar comigo.

Ele era o tipo de cara que eu gostava de estar. Que me trazia paz, sossego, muito frio na barriga. Trazia-me muitas risadas, felicidade era cotidiana.

Não me importava que ele fosse um cara que trabalhava na roça. Que a hora dele dormir é a hora que vou para a balada. Que a hora dele ir trabalhar é a hora que eu chego da balada.

Não me importava com as coisas erradas que ele falava. Com as mãos calejadas que ele tem. Com o jeito cafona de se vestir.

Importava-me com as palavras mais sinceras que ouvi. Com os carinhos dele. Com o cafuné nos meus cabelos que só ele fazia. Com o jeito que me abraçava para me cobrir do frio.

Eu me importava com o cheiro de homem que ele tinha. Com o jeito que ele fazia eu me sentir mulher e cada vez mais dele. Importava-me com a sinceridade dele. A confiança.

Importava-me com as atitudes dele. Alias, ele não era de palavras. Ia lá e fazia. Talvez seja ai que me apaixonei mais.

Quando gostamos de alguém, não gostamos do que a pessoa tem. Gostamos do que a pessoa nos proporciona. Gostamos daquilo que a pessoa nos transforma. E ele transformou o melhor de mim em mim.


Heloísa Lugão

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