Ela
adorava uma farmácia, sempre que entreva para comprar um único remedinho passava
horas e saia de lá cheia de coisinhas. Dessa vez o motivo foi diferente e ela não
quis e nem foi feliz até a farmácia. Só de pensar no que ia comprar suas
bochechas já ficavam rosadas. Ela tinha tomado o remédio que lhe causava tanta
vergonha, porém ela mesma nunca comprou pra si. Nunca precisou chegar à farmácia
e falar “moço, por favor, uma pílula do dia seguinte”.
Seus
amigos estavam todos ocupados para irem lá comprar. Suas amigas mais próximas iriam
a condená-la mais ainda. Não tinha mais ninguém que pudesse comprar a não ser
ela mesma.
Ela
não era falsa moralista, como já disse ela já tinha tomado outras vezes. Uma
vez o amigo comprou e as outras o namorado. O que a fazia sentir vergonha é que
ela mesma se condena irresponsável por ter feito relação sem camisinha. Ela
sentira muita vergonha.
Depois
de uma dose de coragem foi até a farmácia. Escolheu uma farmácia que ela quase
não freqüenta. A farmácia perto da sua casa todos que trabalham lá a conhece,
ela adora uma farmácia.
Entrou
e ficou olhando uns cosméticos enquanto o balcão da atendente ficava vazio. Olhou
várias prateleiras, quase todas, na esperança que o estabelecimento ficasse
vazio. Ficou vazio e ela foi correndo em direção a atendente:
-Boa
tarde, uma pílula do dia seguinte, por favor.
-
A senhora poderia repetir, não escutei direito.
Enquanto
isso um casal e uma criança se aproximavam do balcão para aumentar a vergonha
dela que repetiu e logo em seguida perguntou como que tomava. Perguntou por que
tinha tempos que não tomava este remédio e para mostrar para a atendente e ao
casal de clientes que aquilo foi a primeira vez que aconteceu com ela. E nisso
ao invés da atendente perceber que a moça estava morrendo de vergonha fala em
tom de voz alto (ok, não tão alto) como se toma o remédio para a moça quase
explodir de vergonha na frente dos clientes.
Ela
pegou o remédio e fechou bem a mão para que ninguém visse o que era e foi em
direção ao caixa. Não sabia por que tinha um outro casal, fazendo sei lá o que
perto do caixa, deveriam estar fuxicando as compras alheias, só pode. Quando
entregou o remédio para o caixa embalar o mesmo jogou caixinha como se aquilo
fosse um remédio normal. Parecia que toda a farmácia se voltou ao caixa o olhou
o remédio que ela estava comprando. Ok, é um remédio normal, mas não pra ela.
-
R$10,00. Disse o caixa.
Ela
muda entregou a nota de R$20,00, recebeu o troco e a embalagem. Foi embora na
esperança de nunca mais passar por aquele constrangimento e nem voltar àquela farmácia.
Heloísa
Lugão
Um comentário:
Aff, já pensei em tomar algumas vezes,mas nunca cheguei as vias de fato porque tomo pílula regularmente,mas a gente tbm se arrisca demais deveríamos tomar mais cuidado,mas na hora h é complicado.
Beijosss
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