Enfeite seu coração! Automaticamente estará enfeitando você! Heloísa Lugão

domingo, 10 de novembro de 2013

A tal pílula, o dia seguinte


Ela adorava uma farmácia, sempre que entreva para comprar um único remedinho passava horas e saia de lá cheia de coisinhas. Dessa vez o motivo foi diferente e ela não quis e nem foi feliz até a farmácia. Só de pensar no que ia comprar suas bochechas já ficavam rosadas. Ela tinha tomado o remédio que lhe causava tanta vergonha, porém ela mesma nunca comprou pra si. Nunca precisou chegar à farmácia e falar “moço, por favor, uma pílula do dia seguinte”.

Seus amigos estavam todos ocupados para irem lá comprar. Suas amigas mais próximas iriam a condená-la mais ainda. Não tinha mais ninguém que pudesse comprar a não ser ela mesma.

Ela não era falsa moralista, como já disse ela já tinha tomado outras vezes. Uma vez o amigo comprou e as outras o namorado. O que a fazia sentir vergonha é que ela mesma se condena irresponsável por ter feito relação sem camisinha. Ela sentira muita vergonha.

Depois de uma dose de coragem foi até a farmácia. Escolheu uma farmácia que ela quase não freqüenta. A farmácia perto da sua casa todos que trabalham lá a conhece, ela adora uma farmácia.

Entrou e ficou olhando uns cosméticos enquanto o balcão da atendente ficava vazio. Olhou várias prateleiras, quase todas, na esperança que o estabelecimento ficasse vazio. Ficou vazio e ela foi correndo em direção a atendente:

-Boa tarde, uma pílula do dia seguinte, por favor.
- A senhora poderia repetir, não escutei direito.

Enquanto isso um casal e uma criança se aproximavam do balcão para aumentar a vergonha dela que repetiu e logo em seguida perguntou como que tomava. Perguntou por que tinha tempos que não tomava este remédio e para mostrar para a atendente e ao casal de clientes que aquilo foi a primeira vez que aconteceu com ela. E nisso ao invés da atendente perceber que a moça estava morrendo de vergonha fala em tom de voz alto (ok, não tão alto) como se toma o remédio para a moça quase explodir de vergonha na frente dos clientes.

Ela pegou o remédio e fechou bem a mão para que ninguém visse o que era e foi em direção ao caixa. Não sabia por que tinha um outro casal, fazendo sei lá o que perto do caixa, deveriam estar fuxicando as compras alheias, só pode. Quando entregou o remédio para o caixa embalar o mesmo jogou caixinha como se aquilo fosse um remédio normal. Parecia que toda a farmácia se voltou ao caixa o olhou o remédio que ela estava comprando. Ok, é um remédio normal, mas não pra ela.

- R$10,00. Disse o caixa.

Ela muda entregou a nota de R$20,00, recebeu o troco e a embalagem. Foi embora na esperança de nunca mais passar por aquele constrangimento e nem voltar àquela farmácia.


Heloísa Lugão

Um comentário:

Flor de Lótus disse...

Aff, já pensei em tomar algumas vezes,mas nunca cheguei as vias de fato porque tomo pílula regularmente,mas a gente tbm se arrisca demais deveríamos tomar mais cuidado,mas na hora h é complicado.
Beijosss