Nos
dias de hoje o homem é cafajeste e a mulher é piriguete. O cara pode sair,
dormir, transar de primeira com quantas mulheres for preciso, no outro dia
sumir para a garota da noite anterior, aparecer só quando não tiver outra opção
e este é chamado de garanhão pelos amigos e de cafajeste pelas mulheres. Já as
mulheres que transam de primeira, ficam com vários caras na mesma noite, dormem
com quer, somem para o cara da noite anterior e só aparece quando está carente
é piriguete para as amigas e para os caras. Tabu, nos dias atuais ainda existem
tabus.
Na
minha concepção piriguete é a versão feminina do cafajeste. O cafajeste não liga pra nada, não quer saber de romance,
não quer saber do dia seguinte e sim do agora, não quer se apegar, quer apenas
se divertir e alguns momentos de prazer sem compromisso. A piriguete é a mesma
coisa, ou melhor, a cafajeste.
Nos
dias atuais uma mulher ser chamada de piriguete é feio já o homem cafajeste é
lindo. Cafajeste é aquele que consegue levar várias mulheres pela lábia, o
garanhão, o cara que é desejado pelas mulheres. Ledo engano quem pensa que
mulher não tem lábia e não consegue uns garros quentes de quem está afim e no
outro dia sumir. Sobre a questão da conversinha fiada no pé do ouvido só digo
uma coisa: acredita quem quer!
Bom,
neste texto não quero chamar a mulher de piriguete e sim de cafajeste. E eu já
fui uma e tenho várias amigas que são e já foram cafajestes. Tenho amigas que
já terminaram o namoro em plena viagem, outras que só aparecem para um sexo
casual, outras que não querem apenas um e sim vários, outras que não querem
ninguém no pé, outras que tem uma boa conversa e o cara caí e assim vai. Tanto
elas, como eu, não somos piriguetes e sim cafajestes pelo fato de fazer com que
um cara acredite na nossa conversa.
Desde
já deixo claro que nem todos os homens e nem mulheres são o tempo todo cafajestes,
que isso acontece em algumas vezes para as mulheres e para os homens. Tem muito
cara por ai que é cafajeste e depois se torna um cara legal. Tem muita mulher
por ai que é uma cafajeste e depois se torna única. Ser cafajeste sempre cansa,
uma hora todos mudam.
Já
fui cafajeste em outras ocasiões e nunca parei pra pensar até o dia que pensei
em uma situação que aconteceu. Ocorreu uma situação e por uns três dias
carreguei a culpa e me senti uma cafajeste de primeira. Arrependi pelo fato de
que a pessoa envolvida não merecia o que fiz, ops calma. Na verdade não sei se
ele não merecia, não o conheço a ponto de achar isso. As pessoas que o conhecem
me “julgaram” pelo fato dele não merecer o que fiz. Ele nunca fez nada comigo,
todavia só o vi uma vez e com isso não posso falar que ele é o homem da minha
vida, o cara ideal para ser o pai dos meus filhos. Também não posso colocar a
culpa na bebida, fiz o que queria.
Carreguei
a culpa pelos três dias e aquilo não saia da minha cabeça até que passei um dia
inteiro conversando com um amigo que me ajudou a esclarecer as coisas e tirar o
peso da culpa que estava carregando pelas costas. O sujeito não quer me ver nem
pintada de ouro (escolha dele), mas nunca prometi nada a ele, não tinha e nem
tenho nada com ele. Pensei apenas no momento, não pensei em constituir família
com um cara que conheci naquele dia.
Todos
nós já fomos cafajestes por um dia. Todos nós já iludimos alguém, mesmo que
seja sem querer ou com a intenção. Não podemos nos culpar, às vezes algumas
atitudes inconscientes são melhores do que as atitudes conscientes. Não se
culpe por ter sido cafajeste por um dia, pega isso e torne um aprendizado. Não
me arrependo do que fiz naquela noite, todavia, não quero ser cafajeste sempre.
Heloísa
Lugão