Enfeite seu coração! Automaticamente estará enfeitando você! Heloísa Lugão

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Quem é você?


Dias desses passei pela sala e a tv estava ligada no programa Fátima Bernardes (não vi o tema) mas entre as mensagens que aparecem na tela uma pessoa mandou assim “Tenho medo de não de um dia não me conhecer” e fiquei pensando naquilo. Não sei nem quem é a pessoa muito menos sua idade, porém imagino que seja uma pena uma pessoa não se conhecer pelo menos um pouquinho, até porque nunca chegaremos à conclusão de quem realmente somos.

Contudo, afirmo que é uma delicia esse processo de conhecimento. Cheguei a uma fase da minha vida que conhecia todo mundo, sabia os gostos e preferências de todos menos os meus. Perai, eu preciso saber quem sou, nem que seja só um pouquinho e foi ai que comecei o meu processo de conhecimento.

Cheguei a um ponto onde me achava estranha, sabe essas crises de adolescentes e/ou crises existenciais? Tive a minha aos 23 anos. Não sabia qual era a minha banda preferida, meu prato predileto, nem mesmo algumas qualidades e defeitos. Fazia de tudo para descobrir o que o outro queria para agradar e não fazia nada por mim já que não sabia o que realmente gostava.

Não era uma pessoa interessante, já tentei ser outra pessoa para agradar outras pessoas, corria de mim. Chega, cansei e resolvi mudar. Foi ai que me coloquei de castigo e só sairia de lá quando aprendesse e de brinde por ser uma boa garota ganharia um mimo.

Fiquei de castigo, sofri, pensava que ficaria louca, surtei, queria desisti daquilo, queria desistir de mim, era complicado demais, precisei da solidão, de pensamentos e com o tempo, de pouquinho a pouquinho fui descobrindo quem eu era. Fui me apaixonando e achando interessante a pessoa que estava conhecendo que por sinal era desconhecida e morava dentro de mim.

Essa pessoa desconhecida foi aflorando e passou a se assumir do jeito que é sem ter vergonha e medo do que o mundo iria pensar. O único medo que ela tinha era de que voltasse a adormecer a pessoa linda que existe dentro dela. A vergonha que sentia era de ter passado tanto tempo escondida.

Hoje quando ela conhece alguém já mostra logo seu lado um pouco maluquete, seu estilo um pouco mais livre, seu gosto peculiar, sua personalidade forte. Ela não se passa mais por santa, patricinha e nem que gosta do que a moda dita, alias ela dita sua própria moda. Ela se acha linda em uma sexta-feira a tarde mesmo com a cara acabada de cansaço depois de uma semana intensa, sem maquiagem, descabelada e até inchada. Se acha interessante quando passa o final de semana todo em casa de pijama. Não se encanta com os saltos da moda, se apaixona cada vez mais pelas Havaianas, tudo que é conforto lhe fascina. Não liga pelas roupas larguinhas que usa ao invés de usar uma roupa mais justa que valoriza mais seu corpo. Ela não quer alguém que valorize seu corpo, quer alguém que valorize suas idéias. Ela talvez nem queira alguém, mas ela quer sempre ela.

E desde quando a boa moça saiu do castigo ela vem recebendo mimos um atrás do outro, até já sabe sua banda predileta, seu prato favorito, sua cor predileta. Ela sabe o quer pra si. Ela se tornou tão interessante pra si que muitos que antes ela achava que era o máster de atraente hoje é um mero babaca. Ela se tornou tão interessante ao ponto de muitos a acharem interessante também.


Heloísa Lugão

terça-feira, 24 de junho de 2014

Por que nos maltratamos tanto?


Adoro acordar cedo e principalmente correr na praia. Meu dia fica melhor, mais bonito e me faz um bem enorme, só que tem sido muito difícil acordar cedo já que tenho ido dormir muito tarde e junta frio + preguiça e quando vou ver já perco a metade do dia. Dói, dói muito acordar cedo e no frio. Quando faço isso recebo uma enorme recompensa da vida, seja alguma vista que me encanta, um sorrido de bom dia dado por um desconhecido na rua, uma gentileza, enfim, mesmo sendo dolorido correr pela manhã me faz muito bem e ando muito desleixada nisso. E no fim da corrida sempre me pergunto: por que não faço mais isso?

Olha, sendo muito sincera não gosto de ir para a minha cidade (a que eu nasci), é longe, já não conheço quase ninguém de lá, é muito quente, não tem absolutamente nada lá (pra você ter idéia lá só tem hambúrguer, pizza e churrasco, mais nada) e sempre que vou, e isso anda sendo cada vez mais raro, vou chorando. Quando volto também volto chorando (risos). Vou chorando porque não gosto de ir pra lá, vou mais por necessidade mesmo. Volto chorando porque adoro e amo muito as pessoas que tenho lá: família (alguns deixo claro) e poucas amigas. São poucas as pessoas que tenho lá, contudo são de um apreço enorme. Realmente não saio lá já que o melhor está em casa. E fico me perguntando: por que não faço mais isso?

Muitas vezes nós valorizamos aquilo que não nos valoriza. Damos importância para coisas e pessoas que não fazem o mesmo por nós. Maltratamos-nos quando nos forçamos a fazer algo que não irá nos agradar. Quando a gente sabe que aquilo não faz bem e mesmo assim fazemos. Tem gente que não merece um pingo de lágrimas e estamos lá caídas e mergulhadas em lágrimas por um alguém que possivelmente estará rindo de nossa cara. Tem gente que não está nem ai pra gente e estamos lá que nem um animalzinho de estimação correndo atrás e enquanto isso tem gente que faz isso pela gente e nós muitas vezes desprezamos ou não damos tanta importância

Nos maltratamos o tempo todo. Deixamos de nos alimentar bem, de dormir bem, de fazer o que realmente gostamos e precisamos, deixamos quem nos quer bem de lado, perdemos tempo com gente que não se perde pela gente. É muito tempo perdido e muita falta de amor, amor-próprio meu amigo (a). Ta na hora de perder tempo com quem se perde pela gente. Ta na hora de fazer mais o que nos faz bem. Ta na hora de nos amarmos mais.


Heloísa Lugão

sábado, 21 de junho de 2014

Fugir x Encarar de frente



Anne nos últimos dias estava de bad, de bode, mal, pra baixo. Sentia-se gorda, feia, inchada, cafona, relaxada, burra, sozinha e todos outros defeitos possíveis no mundo. Pensava que era apenas uma tpm, mas aquilo já perdurava por semanas. Era mais uma nova fase. Uma fase que por sinal estava sentindo-se acabada, derrotada. Sabe aquelas cenas de filme onde a mocinha sai do quarto com o cobertor na cabeça, de pijamão, meia colorida e descabelada? Esse era o look nos finais de semana da moça.

Sua casa nos finais de semana estava ficando cheia de amigos e ela mesmo assim sentia-se sozinha. Aconteceu em um sábado onde todos estavam na sala conversando, rindo e ela no quarto vendo filmes. Alias, sua programação era apenas filmes, onde assistia entre quatro filmes por dia.

Das piores da solidão o que mais sentia era a falta de si. Por isso que mesmo cercada de pessoas se sentia só. Não eram quaisquer pessoas, eram seus amigos, família.

Não pensava em uma maneira de mudar aquela fase. Apenas corria de tentar solucionar o problema. Nos finais de semana via filmes o tempo todo, durante a semana se jogava no trabalho onde fazia um extra sem ganhar extra para não pensar.

Com isso pôr-se de castigo. Só sairia dali quando melhorasse. Precisava pensar, mudar essa situação urgente. Ela queria de novo o brilho no olhar, o sorriso contagiante, o jeito leve de viver e estar bem não só com o mundo, mas com ela mesma. Sentia-se tão mal com ela mesma que queria que toda aquela sensação ruim fosse como uma roupa onde ela tira, joga fora e pega outra nova, bonita e limpa.

E como toda moça levada Anne direto estava fugindo do castigo e não estava fazendo um bom uso do mesmo. Pensou em ser mais rígida com ela mesma. Pronto, decidiu ficar um final de semana sem tecnologia. Nada de whatsapp e nem facebook por pelo menos um final de semana. Vamos sumir dos olhos de algumas pessoas.

Na chuvosa noite de sexta-feira a moça iria encontrar-se com três amigas para conversarem. Havia muito tempo que elas não sentavam e conversam. Cada uma foi atualizando a vida até que uma virou-se para Anne e perguntou qual o motivo de tanta bad. Anne contou e à medida que ia contando as coisas iam clareando em sua cabeça. Os conselhos das amigas também a ajudaram. Falar com outra pessoa sobre nossos problemas é muito bom, uma vez que ao falar nós mesmos chegamos a algumas conclusões e também podemos de brinde ter uma ajuda de quem está por fora e não vê o problema como vemos.

Naquela mesma noite a moça reativou o facebook e voltou para o whatsapp. Não adianta correr. Não adiantava sumir, fugir. Quando ela voltasse os problemas dela estariam lá a sua espera. Ela precisava encarar.

Ledo engano dizer que precisava ficar sem essas tecnologias porque precisa de mais tempo. Porque longe delas conseguiria terminar de ler seus quatro livros, assistir a lista de filmes que separou e começar a ler a pilha de livro que estava em sua estante. Ela precisava se organizar, planejar horários, distribuir melhor o tempo.

Não adianta falar que queria sumir dos olhos de algumas pessoas. É apenas não ficar ali procurando por noticias, desprezar a existência de algumas pessoas. Sumir sim dos olhos deles, mas continuar sendo vista por quem realmente a queria bem. É ficar menos tempo nessas redes, cuidando mais do mundo aqui fora e sem precisar desativá-las. É provar pra ela mesma o quanto ela é forte, coisa que muitas vezes duvidava.

A vida segue e com ela levamos os problemas de brinde. Você tem a opção de fugir, sumir, se esconder e tem também a opção de querer encará-los de frente e solucionar todos eles o quanto antes. Anne optou em afrontar contra isso. Levantar-se mesmo querendo ficar deitada, fazer o que queria mesmo sem vontade. E lutar todos os dias contra aquilo até que acabasse. Tipo, matando um leão por dia. Ela tinha muitas coisas para fazer e resolver e não podia dar-se ao luxo de deixar suas obrigações de lado para ficar curtindo bads ou esperando que tudo fosse resolver da noite para o dia.

Mas resolver problemas de solidão interna não é tão fácil assim. Sim, querida Anne todas nós sabemos. Porém, isolar-se e fazer tudo que você sabe que não lhe faz bem é bem pior. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.

Heloísa Lugão



quinta-feira, 19 de junho de 2014

Quando gostamos de verdade


Uma vez me falaram que quando a gente se apaixona de verdade mesmo não vemos raça, classe, situação financeira, nada disso. Quem me disse isso estava coberto de razão.

Ele não era nada daquilo que eu estava acostumada. Não tinha nada que eu queria, ele não tinha nada. Eu estava acostumada com caras formados, doutores e não com caras semi-analfabetos cheio de amor sincero.

Eu estava acostumada com caras que mentiam, gostavam de jogar a culpa em mim. Com caras que se vangloriavam e não com um cara que se sentia o máximo por estar comigo.

Ele era o tipo de cara que eu gostava de estar. Que me trazia paz, sossego, muito frio na barriga. Trazia-me muitas risadas, felicidade era cotidiana.

Não me importava que ele fosse um cara que trabalhava na roça. Que a hora dele dormir é a hora que vou para a balada. Que a hora dele ir trabalhar é a hora que eu chego da balada.

Não me importava com as coisas erradas que ele falava. Com as mãos calejadas que ele tem. Com o jeito cafona de se vestir.

Importava-me com as palavras mais sinceras que ouvi. Com os carinhos dele. Com o cafuné nos meus cabelos que só ele fazia. Com o jeito que me abraçava para me cobrir do frio.

Eu me importava com o cheiro de homem que ele tinha. Com o jeito que ele fazia eu me sentir mulher e cada vez mais dele. Importava-me com a sinceridade dele. A confiança.

Importava-me com as atitudes dele. Alias, ele não era de palavras. Ia lá e fazia. Talvez seja ai que me apaixonei mais.

Quando gostamos de alguém, não gostamos do que a pessoa tem. Gostamos do que a pessoa nos proporciona. Gostamos daquilo que a pessoa nos transforma. E ele transformou o melhor de mim em mim.


Heloísa Lugão

domingo, 15 de junho de 2014

Borrou-se de batom naquele beijo



Quando ela estava saindo daquela festa ele foi atrás. Tentava puxar um assunto. Estava na cara que ele queria dizer algo e não sabia por onde começar. Ela olhava e ria.
Ele:
- Eu queria te beijar hoje, mas dizem que quando as moças vão as festas de batom vermelho é porquê não querem beijar ninguém.
Ela limpou-se com as mãos retirando o batom vermelho, olhou pra ele que estava espantado e o beijou.


Heloísa Lugão

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Dia dos namorados sem namorado



Dia dos namorados chegou e você assim como eu está sozinha. Pegue um café, sente-se e vamos conversar.

Não adianta vir falar que está feliz por passar esse dia de hoje sozinha porque não vai gastar com presentes, que você detesta flores e não corre riscos de ganhar, que você não vai jantar naquele restaurante que você detesta, que hoje é a abertura da copa. Não me enganam essas frases.

Eu também odeio flores, todavia gostaria de receber umazinha. Nem que fosse roubada do jardim do vizinho. Ficaria feliz em sair pra jantar hoje. Gastar o dinheiro que não tenho comprando um presente bem bacana pro cara e depois ver a cara dele de feliz e bobo apaixonado. Porém, hoje o dia não será assim, afinal não estou preparada para receber o tal amor bonito. Ainda não sei amar direito. O amor que eu quero ainda não encontrei.

Não é tão doloroso assim passar o dia de hoje sozinha. Doloroso é quando não se ama direito. Quando estamos com alguém para cobrir nossas carências. Quando estamos com outro alguém só para mostrar para a sociedade que nós temos alguém. Isso sim dói muito. Porque querendo ou não a pessoa que se sujeita a esse tipo de relacionamento está mais sozinha do que alguém que não tem um alguém.

Ano passado passei também sozinha, mas recebi uma ligação muito especial. Esse ano o telefone não tocou e ele não vai ligar. Não espero surpresas, nem convites, nem presentes e muito menos declarações. Eu tô bem aqui quietinha.

Mas sabe minha amiga eu acredito no amor e posso te afirmar que já vivi um. Acredito tanto no amor que espero e quero viver de novo. Tanto que decidir ficar aqui no meu cantinho, pensando na vida, no amor e preparando a casa para quem sabe o próximo ano.

Decidi que além de querer viver o amor bonito, quero um amor inteligente. Daqueles que a gente saiba amar. Mas tem uma fórmula pra isso? Não tem não minha amiga, mas eu acredito que ele exista.

Também não existe essa de “amar direito”, cada um ama do seu jeito. Cada um sabe como é o seu amar direito.

Acredito que o amor sempre vem, sempre chega e quanto mais você acredita e deixa ele solto mais ele corre até você.

Eu quero um amor cafona, mas amar é cafona. São apelidos, presentes, programas e no fundo nos adoramos. Deliciamos-nos com cada gesto, atitude, palavra, olhar.

Não se queixe pelas postagens que você vê no dia de hoje na internet, deseje felicidade. Distribua sorrisos e felicitações com o coração para aqueles casais apaixonados que você conhece. Dizem que quando desejamos o bem atraímos o bem. Vamos desejar amor, felicidade, cumplicidade para os casais que conhecemos. Eu mesma conheço vários casais e desejo tudo de melhor a eles.

Não quero meus amigos tristes no amor, sozinhos. De triste no amor basta eu? Não minha amiga, eu não estou triste hoje. Sei que hoje não estou preparada para o tal amor cafona chegar. Talvez você também não.

E enquanto ele não chega vou ali desejar felicidade e amor a todos os casais que conheço. Aproveitar o restinho do dia e me namorar, me curtir, ficar na minha própria companhia. Assistir o jogo com amigos e familiares e celebrar com eles o dia do amor.

Acredito no amor e desejo um amor lindo na sua vida, um amor cafona, inteligente e que você saiba amar. E se você já tem um amor desejo mais amor a você e ao seu amor. Não importa quem você ama, só não ame pouco e nem deixe amar. Amor é lindo demais para ser desperdiçado e deixado de lado.


Heloísa Lugão

quarta-feira, 11 de junho de 2014

O castigo



Anne se colocou de castigo, do jeito que as coisas iam não davam mais. Foram erros atrás de erros, emendou amores atrás de amores e decepções atrás de decepções. Chegou à hora de parar, respirar, ficar um tempo sozinha, tentar encontrar a verdadeira paz. Estar nessa fase não seria nada fácil, era ela por ela. Ninguém poderia fazer nada por ela, ninguém ia resolver esses problemas internos que refletiam o externo por ela.

Era diminuir as saídas, se afastar de algumas pessoas, mudar a rotina para que a vida mudasse. Era sair e apenas se divertir, sem muitas bebidas. Era pensar muito. Tentar encontrar onde estavam os erros. Tomar novas decisões. Ter novas escolhas.

A primeira coisa que a moça decidiu é que não queria mais aventuras. Chega! Aventuras ela já viveu demais. Ela gostava de adrenalina, mas agora ela queria estabilidade, segurança e um cais. Ela queria sentir outro tipo de frio na barriga e coração batendo acelerado.

Viveu uns dias sombrios onde trancou-se no quarto e ficava a pensar. Não se engane, ela não está triste e nem chorona, ela apenas queria pensar e chegar a pelo menos uma conclusão. Queria também criar sonhos novos, ter novos projetos e todos eles queria que fosse em segredo. Não queria sair espalhando por ai. Queria novas surpresas.

Outra decisão que tomou foi em relação a algumas pessoas. Não trocou a ordem delas em sua vida. Simplesmente, as excluiu. Tem gente que não acrescenta nada em nossas vidas. Tem gente que não faz sentido ter em nossa vida. Tem gente que infelizmente só faz mal pra gente. Ela não quer mais isso. Pegou o celular e foi excluindo alguns vários contatos. As pessoas também não merecem que as procuramos somente quando estamos em momentos de carência.

Algumas pessoas não entendiam esse afastamento e nem essa idéia que Anne tinha de querer ficar sozinha. Tem gente que não entende que às vezes a melhor companhia é a nossa. Que muitas vezes essa melhor companhia nos faz falta.

Anne é cercada de pessoas, seu celular está sempre apitando, mas às vezes se sentia sozinha. Tinha ali seus garantes que lhe davam momentos bons, e mesmo assim se sentia vazia. Tinha milhares de amigos e mesmo assim sentia falta de alguma coisa. Ela sentia falta dela mesma. Sentia falta de estar em paz consigo mesmo. Falta de poder pegar um livro e ficar ali com o pensamento focado no livro. Falta de passar um final de semana todo em casa de pijama. Sentia falta da sua paz e foi por isso que se colocou de castigo.

A moça muitas vezes acordava e sentia um vazio, uma vontade de ter alguém de verdade. Hoje ela acordou e não sentiu falta de ninguém, talvez ela esteja aprendendo a amar direito. Amar direito é quando a gente se ama em primeiro lugar. É quando paramos para cuidar de nós mesmos. Quando nos damos colo e carinho.

Ela estava com calma e paciência. Sabia que suas respostas não sairiam do dia para a noite, ela tinha todo o tempo do mundo, ela só quer as respostas. Pode demorar, não tem problema. Ela quer sair nova dessa fase.


Heloísa Lugão

terça-feira, 3 de junho de 2014

A sua indecisão


Ainda não sei o que você decidiu, porém quero que saiba que não tenho a vida toda para suas indecisões. Te pedi pra ficar. Disse que quero ficar, mas já estou cansada de esperar.

Dói esperar um telefonema seu, um aviso, qualquer sinal de fumaça.

Estou cansando. Tomei uma dose de coragem e comecei a arrumar minhas coisas. A outra dose de coragem vou tomar quando decidir ir embora.

 No fundo estou à espera de você vir atrás e me pedir para que eu não vá embora. Como aquelas cenas de filme onde a mocinha sai pela porta e o mocinho vai correndo, ele segura nos braços dela, a vira, eles se olham e se beijam e pra ficar mais sexy no meio do beijo ele a pede pra ficar e eles voltam a se beijar. Era isso que eu queria!

Quero seu olhar sobre mim. Sua decisão. Sua segurança. Sua mão na minha nuca e sua boca na minha. Sua barba passando no pé do ouvido. Pode também me agarrar pela cintura e dizer que nunca mais vai me soltar. Pode sorrir pra mim. Ligar de madrugada. Deixar que eu seja seu romance, seu sexo, seu sentimento, sua amiga.

E pelo visto não acontecer nada disso. Pelo jeito você não vai decidir nem tão cedo como me quer. Talvez você se decida quando eu for embora. Quando olhar para o seu celular e não ver nenhuma mensagem e nem ligação minha. Quando você me ligar e eu não te atender. Quando vier me procurar e eu simplesmente sumir. Quando eu já estiver longe. Quando eu estiver nos braços de um alguém seguro e que saiba o que quer de mim.

 Mas o que mais quero que saiba é que se eu for embora, não volto mais.


Heloísa Lugão

domingo, 1 de junho de 2014

Dica de filme: Sob o sol de Toscana


O público alvo do blog são pessoas que saíram de um relacionamento e/ou estão recomeçando a vida em alguma área. Recebo vários emails de pessoas que querem recomeçar e a grande maioria quando procura o blog é porque terminou um relacionamento. Nas próximas respostas de email vai de brinde a dica do filme que vou falar.

O filme conta a história de uma escritora, feliz e bem sucedida Frances Mayes (Diane Lane) que é surpreendida com um pedido de divórcio. Como todos nós quando terminamos um relacionamento ficamos perdidos e não sabemos por onde começar. Contudo, Frances ganha de um casal de amigas uma viagem para Toscana na Itália com um grupo de gays.

Durante a viagem a escritora vê um anúncio de venda de uma casa de 300 anos, caindo aos pedaços, enorme. Tentada e pelo impulso ela compra a casa. Outro país, sem seus amigos, outra tradição, outra língua e assim ela recomeça a vida.

Começa a reformar sua casa, faz amigos, tem momentos de solidão, tem uma forte ligação com a fé, chora e continua.

O filme traz as belas paisagens da Itália (o que aumenta mais ainda a vontade de conhecer) e umas frases que instiga a um pensamento mais aprofundado no que está acontecendo atualmente em nossas vidas.

Frances tinha alguns sonhos que queria realizar naquela casa e realizou, porém não do jeito que ela queria e ela nem percebeu. Quantas vezes em nossas vidas queremos algo, conseguimos e nem percebemos a vitória? O motivo disso é que estamos tão focado nos mínimos detalhes e que se não for daquele jeito não era o que queríamos. Muitas vezes conseguimos o que queremos, mas não do jeito que gostaríamos. Talvez recebemos melhor do que gostaríamos, mais do que pedimos. O filme relata sobre as surpresas boas da vida.

Muitas vezes pequenas coisas são de grande significado.

Um dos trechos que mais me chamou atenção foi esse:

Entre a Áustria e a Itália, há uma parte dos Alpes chamada Semmering. É uma parte incrivelmente difícil de subir, muito alto das montanhas. Eles construíram um trilho nestes Alpes para ligar Viena e Veneza, mesmo antes de existir um trem que pudesse fazer a viagem. Mas eles construíram porque sabiam que, algum dia, o trem chegaria.

E chega. Quando acreditamos as coisas boas acontecem.

E no amor? Frances procura um amor e acaba encontrando, só que no fundo ela não estava preparada para o tal amor. Foi atrás, se esforçou, procurou, pensou e não foi dessa vez. E ai que entra a história das joaninhas “quando era criança ficava procurando as joaninhas no jardim, um dia dormi no jardim e vi uma joaninha sobre mim”. Felizmente ou infelizmente no amor é assim, quanto mais você procura menos encontra. Enquanto você não cuidar do seu jardim nem borboletas e nem joaninhas irão chegar no teu jardim.

O que mais gostei no filme e devido alguns acontecimentos recentes foi a coragem de Frances ao fazer uma mudança radical e isso me deu ânimo também para realizar uma mudança radical.

Bom, espero que gostem do filme fica ai uma boa dica pra vocês.

“"Arrependimento é perda de tempo. É o passado torturando você no futuro..."

Heloísa Lugão