Enfeite seu coração! Automaticamente estará enfeitando você! Heloísa Lugão

sábado, 31 de maio de 2014

Quando a gente para

Tem horas na vida que precisamos cuidar menos dos outros e mais de nós mesmos. Tem dias que precisamos de colo, do nosso colo. Tem fases que precisamos parar, dar um tempo e Anne estava decidida a parar.

Anne desde que terminou com o Chico Bento do Gu emendou um amor atrás do outro e talvez até tenha se esquecido do seu próprio amor. Foram vários na tentativa de esquecer Gu, de não querer ficar sozinha, de estar carente.

Determinou a parar e a esperar até que alguém que realmente fosse bom e valesse a pena a tiraria de casa para um cinema no fim da tarde de domingo, uma pizza na sexta. Cansada, Anne estava cansada de ciladas, pessoas que não valem tanto a pena para se preocupar.

De todas faltas e saudades que sentia a que a moça mais sentia era a falta dela mesmo. Dela pra ela.

O tempo para o coração foi dado. A ordem é arrumar a bagunça que está aqui dentro.


Heloísa Lugão

terça-feira, 27 de maio de 2014

Eu gosto é do estrago


O dia poderia ter sido normal se Anne parasse de pensar naquele rapaz da noite anterior. Mas ela não conseguia.

O cheiro dele, cheiro de perfume barato que a fez torcer o nariz parecia que tinha grudado nela. Grudou no pensamento dela. Ela sentia o cheiro dele por onde passava.

E o beijo que ela ainda sentia o gosto. O beijo bateu de primeira. Não precisou de detalhes para acertar. Foi encaixe perfeito. Beijo que ela ficava sem fôlego.

As mãos dele quando a tocavam, o abraço que ele dava. Ela ainda pensava em tudo que aconteceu naquela noite um tanto que perfeita para ela. Ria sozinha ao lembrar-se do que aconteceu.

Não precisou de muito, houve química de primeira.

Ele não era perfeito, era cheio de imperfeições, mas quem disse que o perfeito é bom? Anne gostava do estrago, do estranho, de frios na barriga e ele a proporcionou tudo aquilo em poucas horas.

Ela só queria mais, mais oportunidades, mais vezes, mais ele, mais beijos, mais perfume barato, mais estragos, mais imperfeições e muito mais frios na barriga.


Heloísa Lugão

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Não era mais flor

Há alguns dias Pedro e Anne voltaram a se falar. Ele passou a procurá-la e ela voltou a atender.
Naquele dia eles conversaram o dia todo e no final ele a chamou para uma volta e ela acabou indo.
Conversaram muito (coisa que ele não é de fazer), riram, brincaram e se beijaram.
Anne ficou a procura do frio na barriga que antes sentia por ele. Não o achou mais bonito, achou ele gordo e o beijo não era como o esperado.
Foi legal estar na companhia nele, mas não foi aquilo tudo que ela esperava.
Percebeu que quando deixa de ser flor já era. Para a moça flor quando morre não floresce mais.
Ela percebeu que não gostava dele. Precisava tirar essa dúvida. Não era sentimento, era posse. Posse, pois ela ficou um bom tempo só com ele e ele tem tudo que ela gosta em um cara. Ela já tinha o colocado no topo da pirâmide dela e agora ele era mais um.
Aquele beijo não era mais o melhor beijo do mundo. Era um beijo normal, como os outros.
Ele foi fofo, agradável, simpático a noite toda e ela não sentia o que sentia antes por ele.
Pedro a surpreendeu, mas ela não queria criar expectativas. Anne não confiava em Pedro, naquela noite mesmo ele entrou em contradição. Descobrirá umas mentiras e conheceu mais a fundo quer era o tal cara.
Algumas recaídas são necessárias e ela precisava dessa recaída para chegar a uma conclusão.
Não era nada daquilo que ela queria para ela. Ela só quero o que é verdadeiro, recíproco e o que lhe dê frio na barriga.
Pedro realmente já não era mais flor.

Heloísa Lugão


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Lembra



Lembra

Lembra de quantas noites viramos e vimos o sol nascer lá do alto daquele morro?
Lembra de daquele dia que resolvemos molhar nossos pés naquele rio?
Lembra de quantas vezes juramos que seria eterno?
Lembra de quantas vezes nos falamos que éramos o sorriso um do outro?
Lembra de das nossas aventuras?
Lembra dos telefonas no fim da tarde?
Lembra das músicas que cantava pra mim?
Lembra dos olhares que me dava?
Lembra do beijo inesquecível?
Lembra das confidências que fazia?

Eu lembro de tudo e mais um pouco. Lembro com detalhes.
Lembro também que hoje faz um ano que soltei da sua mão.
Que decidi que o meu sofrimento poderia lhe trazer felicidade e paz.
Ai se eu pudesse mudar o destino.
Pensei que um dia fosse te esquecer, mas já tem um ano e você ainda é uma parte bonita de mim. Você ainda me faz dar sorrisos no meio do nada.

Sei também que você ainda não me esqueceu pelos olhares que me dá.
Por estar sempre por perto.
Por dizer que ainda sou sua amiga.

Não pense que fui embora porque não gosto de você. Fui embora para que você tivesse paz e alegria, mesmo você dizendo que eu era a sua paz e alegria. Não pense que fui embora sorrindo, fui chorando. Chorei por muito tempo e sinto sua ausência até hoje.
Não foi fácil pedir para que parasse de me ligar, foi apenas uma tentativa frustrada de esquecer você.


Um ano e você é a lembrança mais bonita da minha vida. O sorriso mais lindo. O olhar mais atraente e a pessoa mais humilde.

Heloísa Lugão

domingo, 11 de maio de 2014

Ele foi e as borboletas chegaram



Ele se aproximou e disse:
- Vou embora!
Ela
-Pra onde?
- Não sei, só sei que vou sair da sua vida.
- Mas por que?
- Porque não te faço ter borboletas no estomago e nem frio na barriga.
- Ta lendo muito meu blog.
- Sempre leio. É dali que sei realmente quem você é. Foi ali que me apaixonei mais por você.
- Mas eu gosto de ficar perto de você. Eu gosto de estar com você.
- Mas eu não te causo frio na barriga, borboletas no estomago. Nesse tempo todo não consegui isso, não seria agora que conseguiria.
- Mas você me causa outras coisas bonitas.
- Concordo, mas estou apenas servindo para você esperar o tal cara que te cause frio na barriga.
Ele virou-se e foi embora e eu... Senti borboletas no estômago



Heloísa Lugão

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Flor quando perde o cheiro


Aquela flor não se tem mais o mesmo cheiro, alias, não se tem cheiro. Talvez seja pelo fato dela ter buscado novas flores, com novos cheiros em outros jardins. Ou também por ter desistido daquela flor. Ou por ter enxergado que aquele cheiro não é o que ela quer.
Aquela flor já tinha perdido sua beleza, seu cheiro e depois que isso aconteceu a procura em novos jardins aumentou. Mas o que a moça queria mesmo era uma flor com um cheiro diferente, aquele cheiro que lhe dava frio na barriga, pernas tremulas e os sorrisos no meio do nada.
Ela estava cansada de amores remendados, ela só queria um amor inteiro.
Resolveu dar um tempo nos amores e passou a voltar a cuidar do seu jardim.
Com seu jardim mais florido, cheiroso e cheio de borboletas tudo em volta dela está mais florido, menos uma nova flor.
Ela já tinha perdido o olfato para as flores. Na verdade ela já tinha perdido todos os sentidos nas flores. 
Queria uma flor para fazer carinhos, sentir o cheiro, apreciar sua beleza, ouvir seu barulho em silêncio e beijar.
Não se sabe o que  pior e menos dolorido: quando uma flor perde o cheiro ou quando não se encontra uma nova flor que lhe traga um bom perfume.

Heloísa Lugão

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Uma tequila e um convite



Anne sabia que iria encontrar com o Gu na festa do final de semana, sabia que iria olhar naqueles olhos lindos.

Quando chegou na sexta a festa com seus amigos a primeira pessoa que viu de longe foi Gu. E mesmo de longe sentiu suas pernas tremulas, frio na barriga e o coração querendo sair pela boca.

Automaticamente ela passou por ele e ele como sempre parou para vê-la passar. Sua amiga comentou:

- Ele ainda para para te ver passar. Ele não disfarça perto de ninguém o interesse dele por ti.

Ela sabia daquilo, riu e foi para o bar. Queria beber para esquecer que ele estava ali, esquecer que ela não o teria naquela noite.

Entre cervejas e alguns drinks ela se perdia em meio de seus pensamentos ao olhar para ele que cada vez mais se aproxima de onde ela estava. Ela ria sozinha lembrando das coisas que entre os dois aconteceu.

Perguntava-se como aquele rapaz ainda mexia com toda estrutura dela. Olhava para o caipira e se perguntava o que ele tinha. Ele é totalmente fora dos padrões dos caras pelo qual ela se interessa. Mas no fundo ela sabia que ele tem tudo que mais gosta: jeito simples, sincero, alegre, engraçado e humilde.

E o Pedro? Mas quem era Pedro naquele dia. Na verdade Pedro sempre foi à coisa de pele, toque, tesão. Nunca foi amor.

Ele ainda conseguia ser único. Conseguia fazer com que ela sentisse o que nenhum outro cara a fizesse sentir durante toda essa vida.

Depois de um bom tempo uma amiga a chamou para ir ao banheiro e as duas foram. No meio do caminho Anne encontrou com um amigo e com Gu. O amigo as chamou e ficaram brincando com Anne falando de seu aniversário que se aproxima. Gu foi tão audacioso que a chamou de velha.

O amigo chamou Gu e Anne para uma foto e os três se abraçaram. O amigo ficou no meio e os dos no extremo. Quando se abraçaram Gu começou a alisar e apertar o braço de Anne. A foto foi batida e os olhares se cruzaram profundamente. Anne foi ao banheiro.

A festa continuava e Anne em um nível alcoólico maior tomou coragem e ao passar por Gu disse:

- Eu quero você! Sei que nunca mais vou te ter, mas mesmo assim ainda quero você.

Ele parou e olhou com a cara de espanto e ela seguiu caminho.

Todas as vezes que Anne olhava para trás ele estava lá só a observando e vigiando seus passos.

A festa acabou e cada um foi para sua respectiva casa. Se ele ligou pra ela, ela ainda não sabe já que o celular ficou sem bateria naquela noite.

A festa continuou no sábado. Eles se viram, trocaram olhares, ele seguindo cada passo dela.

Beberam, beberam com seus amigos.

Anne resolveu tomar uma tequila com os amigos. Ao chegar lá ela dá de cara com o Gu e ela a chama para beber uma tequila e começa:

- Vem cá, vem tomar uma tequila comigo.

- Tudo bem. Moço 4 tequilas por favor.

Tomaram e foi pagar. Os amigos pagaram 2 e sobrou a tequila de Anne e Gu. O moço cobrou mais 3 além das 2 restantes e ela questionou:

- Mas moço só faltam 2.

- É que ele tomou 3 antes.

- Gu, bebeu com quem?

- Com aquelas 2 meninas ali.

- Quem são?

- Não sei, não conheço.

E ai a discussão deu inicio

- Fica me vigiando, mas fica ai pagando bebidinha para suas negas.

- Para de bobeira, to bebendo para te esquecer.

- Ainda bem que amanhã vou embora.

- Por que não fica amanhã?

- Vou sair com uns amigos. Vou para uma balada, beber todas e pegar pelo menos uns 10 caras.

- Vai lá. Te dou 25 caras. Vai beijar todos eles pensando em mim.

E ali continuou sem ninguém entender nada. Ele a acalmou e pediram 2 caipirinhas.

Ao sair dali ela a puxa pelo braço.

- Vai lá e diz para as meninas que você vai sair e para Clara deixar a porta da casa encostada porque hoje você vai demorar. Vou pegar meu carro e te encontro no estacionamento.

E lá foi ela, correndo dar o recado para as amigas.

Encontrou com ele e entrou no carro.

Pararam se olharam e beijaram. Meu Deus, como o beijo dele é bom. Como a pegada dele a deixava louca.

- Para onde vamos Gu?

- Para onde sempre vamos.

Lá no alto do morro era o local deles. Eles diziam que por ser alto e por estarem juntos eles ficariam mais próximos do céu.

E lá foram eles para mais uma noite de céu estrelado, frio gostoso, um vinho que ele levou e um amor deliciosamente vivido.


Heloisa Lugão