Anne
sabia que iria encontrar com o Gu na festa do final de semana, sabia que iria
olhar naqueles olhos lindos.
Quando
chegou na sexta a festa com seus amigos a primeira pessoa que viu de longe foi
Gu. E mesmo de longe sentiu suas pernas tremulas, frio na barriga e o coração
querendo sair pela boca.
Automaticamente
ela passou por ele e ele como sempre parou para vê-la passar. Sua amiga
comentou:
-
Ele ainda para para te ver passar. Ele não disfarça perto de ninguém o
interesse dele por ti.
Ela
sabia daquilo, riu e foi para o bar. Queria beber para esquecer que ele estava
ali, esquecer que ela não o teria naquela noite.
Entre
cervejas e alguns drinks ela se perdia em meio de seus pensamentos ao olhar
para ele que cada vez mais se aproxima de onde ela estava. Ela ria sozinha
lembrando das coisas que entre os dois aconteceu.
Perguntava-se
como aquele rapaz ainda mexia com toda estrutura dela. Olhava para o caipira e
se perguntava o que ele tinha. Ele é totalmente fora dos padrões dos caras pelo
qual ela se interessa. Mas no fundo ela sabia que ele tem tudo que mais gosta:
jeito simples, sincero, alegre, engraçado e humilde.
E
o Pedro? Mas quem era Pedro naquele dia. Na verdade Pedro sempre foi à coisa de
pele, toque, tesão. Nunca foi amor.
Ele
ainda conseguia ser único. Conseguia fazer com que ela sentisse o que nenhum
outro cara a fizesse sentir durante toda essa vida.
Depois
de um bom tempo uma amiga a chamou para ir ao banheiro e as duas foram. No meio
do caminho Anne encontrou com um amigo e com Gu. O amigo as chamou e ficaram
brincando com Anne falando de seu aniversário que se aproxima. Gu foi tão
audacioso que a chamou de velha.
O
amigo chamou Gu e Anne para uma foto e os três se abraçaram. O amigo ficou no
meio e os dos no extremo. Quando se abraçaram Gu começou a alisar e apertar o
braço de Anne. A foto foi batida e os olhares se cruzaram profundamente. Anne
foi ao banheiro.
A
festa continuava e Anne em um nível alcoólico maior tomou coragem e ao passar
por Gu disse:
-
Eu quero você! Sei que nunca mais vou te ter, mas mesmo assim ainda quero você.
Ele
parou e olhou com a cara de espanto e ela seguiu caminho.
Todas
as vezes que Anne olhava para trás ele estava lá só a observando e vigiando
seus passos.
A
festa acabou e cada um foi para sua respectiva casa. Se ele ligou pra ela, ela
ainda não sabe já que o celular ficou sem bateria naquela noite.
A
festa continuou no sábado. Eles se viram, trocaram olhares, ele seguindo cada
passo dela.
Beberam,
beberam com seus amigos.
Anne
resolveu tomar uma tequila com os amigos. Ao chegar lá ela dá de cara com o Gu
e ela a chama para beber uma tequila e começa:
-
Vem cá, vem tomar uma tequila comigo.
-
Tudo bem. Moço 4 tequilas por favor.
Tomaram
e foi pagar. Os amigos pagaram 2 e sobrou a tequila de Anne e Gu. O moço cobrou
mais 3 além das 2 restantes e ela questionou:
-
Mas moço só faltam 2.
-
É que ele tomou 3 antes.
-
Gu, bebeu com quem?
-
Com aquelas 2 meninas ali.
-
Quem são?
-
Não sei, não conheço.
E
ai a discussão deu inicio
-
Fica me vigiando, mas fica ai pagando bebidinha para suas negas.
-
Para de bobeira, to bebendo para te esquecer.
-
Ainda bem que amanhã vou embora.
-
Por que não fica amanhã?
-
Vou sair com uns amigos. Vou para uma balada, beber todas e pegar pelo menos
uns 10 caras.
-
Vai lá. Te dou 25 caras. Vai beijar todos eles pensando em mim.
E
ali continuou sem ninguém entender nada. Ele a acalmou e pediram 2 caipirinhas.
Ao
sair dali ela a puxa pelo braço.
-
Vai lá e diz para as meninas que você vai sair e para Clara deixar a porta da
casa encostada porque hoje você vai demorar. Vou pegar meu carro e te encontro
no estacionamento.
E
lá foi ela, correndo dar o recado para as amigas.
Encontrou
com ele e entrou no carro.
Pararam
se olharam e beijaram. Meu Deus, como o beijo dele é bom. Como a pegada dele a
deixava louca.
-
Para onde vamos Gu?
-
Para onde sempre vamos.
Lá
no alto do morro era o local deles. Eles diziam que por ser alto e por estarem
juntos eles ficariam mais próximos do céu.
E
lá foram eles para mais uma noite de céu estrelado, frio gostoso, um vinho que
ele levou e um amor deliciosamente vivido.
Heloisa
Lugão