A
primeira vez que Anne entrou em um consultório psicológico foi após um termino
de namoro. Aos prantos contou para a psicóloga o ocorrido e a mesma disse “Você
não sabe lidar com perdas”. Sim, ela estava certa! Perda não era para Anne.
Durante
dois meses Anne se dedicou de corpo e alma para um relacionamento diferente de
todos vividos nesses seus quase 26 anos. Foi um relacionamento onde ela não
queria no começo, mas teve que iniciar. Foi “sofrido” começar já que aquele
tipo de romance nunca foi o que ela quis.
Com
o tempo passando a moça se viu perdidamente apaixonada pelos conhecimentos
adquiridos. Todos os dias alguma coisa a dizia que mesmo sendo dolorido ela
estava no caminho certo. A paixão pelo curso que fez cresceu. Na verdade,
nasceu. Nasceu porque durante 6 anos de curso Anne nunca sentiu o amor pelos
livros de Direito.
De
fato que esse relacionamento extremamente sério de Anne e os livros de Direito
mudaram a vida dela.
Teve
que abrir mão dos amigos, das saídas nos finais de semana, de boas noites de
sonos, de vários hobbys, acordar cedo nos finais de semana para freqüentar o
curso, se desligar do mundo.
Descobriu
que era mais forte do que imaginava, mais inteligente do que pensava. Mais
determinada do que diziam. Viu seus limites de perto. Superou medos, onde
chorava quase todos os dias de medo. Venceu o cansaço. Descobriu quem estava do
seu lado. Tomou decisões importantes. Viu-se decidida como jamais pensou. Teve
inversões de prioridades em sua vida. Vivenciava todos os dias com a
bipolaridade. Anne se superou e chegou perto de onde queria, contudo, não
chegou onde gostaria.
O
dia da prova chegou e ela foi fazer. Aquela prova seria 3º último passo para
chegar a uma nova vida. Uma vida que há 8 anos atrás ela não queria e agora
sabia que aquilo era o que queria.
Teve
crise de pânico ao chegar ao local da prova onde tremia, suava, ficou viajante,
respiração ofegante, queria sair correndo dali. Entregaram sua prova e
simplesmente passou a crise de pânico. Bipolaridade, víamos todos os dias por
aqui! Fez a prova, entregou e ao sair dali só queria sentar em um bar e tomar
uma cerveja bem gelada e assim fez.
A
companhia não podia ser melhor: seu irmão, sua prima e seu melhor amigo, todos
seus grandes e maiores incentivadores. Anne bebeu algumas cervejas e começou
sua declaração e choros. Ah esses bêbados...
Sai
o gabarito e foi corrigir. Infelizmente não deu dessa vez, mas foi por pouco.
Foi perto, bem pertinho.
Chorou
que nem criança no colo da mãe. Não acreditava que todo seu esforço foi em vão. Dizia que nadou,
nadou e ficou no mesmo lugar. Repudiava pelos sacrifícios que fez e foi em vão.
Sua
mãe lhe deu um calmante e foi dormir. No meio da madrugada ela abre os olhos e
diz: o que vou fazer agora da minha vida?
Geralmente
essa pergunta ela se fazia quando alguma coisa tinha chegado ao fim e no fundo
chegou. Toda uma rotina e no outro dia teria que adaptar novamente a antiga
rotina. Mas ai que está: ela não queria mais a antiga rotina. Ela queria mais,
ela queria continuar até conseguir o que queria. Sua teimosia fazia jus ao seu
signo de touro.
Um
não, não a satisfazia e ela ia continuar naquele relacionamento sério de
estudos. Era aquilo que decidiu para a vida dela no momento. Era por um bom
relacionamento que ela ia batalhar. E se fosse preciso fazer todo sacrifício que
vez, fará novamente.
Heloísa
Lugão
2 comentários:
Recomeços são uma arte.
Bj e fk c Deus.
Nana
http://procurandoamigosvirtuais.blogspot.com.br/
Olá tudo bem? a vida é feita de recomeço
estava passando vi seu blog e já gostei
já estou seguindo.... Pode retribuir?//
http://dieinydicas.blogspot.com.br
beijinhos e já agradeço...
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