Nunca
fui do tipo a mais bonita do colégio. Ta certo que quando eu era criança era
mega linda, simpática e até desfilava para algumas lojas. Mas cresci e da infância
só trouxe a simpatia.
Eu
era a mais sem jeito, toda estabanada, descabela, gorda, aparelho, óculos, a
gente boa e sempre amiga de todo mundo.
Vivia
em brigas com o mundo e comigo. Como todas as pessoas no mundo poderiam ser
bonitas e eu ter todos os defeitos do mundo?
Ninguém
olhava pra mim. Meu cabelo sempre foi pra dar muito trabalho apesar da cor
loira. Sempre fui gorda e escondida atrás de roupas pretas e largas. Meus olhos
azuis eram ocultados pelos óculos. Meu sorriso tinha ferragens. O pior nem é
que ninguém me aceitava o pior era que eu mesma não me aceitava.
Resolvi
me aceitar e parecendo balela muitas coisas começaram a acontecer. Sei lá,
parece que o mundo resolveu me aceitar... Sorrir pra mim. Aos 23 anos comecei a
me descobrir e sinceramente me apaixonei por mim, tudo bem que preciso de mais
e mais amor só que antes eu não tinha nada. Comecei a descobrir coisas de que
eu realmente gostava. Comecei a assumir meus gostos peculiares, meu jeito livre
de ser, a ligar menos para a opinião alheia, ter minha personalidade formada.
Isso
é o que me dá mais orgulho: a minha personalidade. Quando a minha chefA foi
fazer a minha descrição no amigo x tive a real convicção que eu estava
exatamente onde eu queria estar. Dentre várias coisas ela disse “ela é uma
pessoa que é feliz e do jeito dela, ela tem um jeito livre de ser, é
inteligente e gosta de ler” pronto, todos souberam que era eu. O fato foi que
fiquei feliz em ser reconhecida pelo o que eu era e não pelo o que eu tinha. Fui
reconhecida por ser inteligente, ter uma personalidade e não por ter uma bunda
dura e nenhuma barriga. Era isso que eu queria.
Aos
23 anos não queria mais ser a adolescente feia que aparece nos filmes
americanos, contudo, também não queria ser a Juju Salimeni. Só queria ser eu,
com meu jeito e minha personalidade que demorei anos para criar.
Descobri que não poderia ficar brigando com a
natureza, genética e espelho. Precisava me aceitar. Me aceitei e modifiquei aos
poucos o que eu queria. E com isso descobri que poderia ser inteligente e que
isso dependeria somente de mim. Não era preciso ajuda da natureza e muito menos
da genética para eu me tornar bela de verdade. Não sou a pessoa mais
inteligente do mundo, todavia muitos me procuram para tirar dúvidas ou pedirem
sugestão de algo.
Por
mais que eu viva de regime, fazendo atividade física (essa foi a vida que
escolhi para mim), não quero ser reconhecida por ser gostosona, quero ser
reconhecida pelo o que realmente sou.
As
pessoas acham que vão causar inveja através dos bens matérias, ledo engano. Causa
inveja quem brilha, quem tem personalidade, quem tem bom gosto.
Pior
de tudo isso mesmo é você levar 23 anos para se descobrir e ver nego por ai te
plagiando. Que te copia em tudo que pode e até no que não pode.
Heloísa
Lugão
2 comentários:
E ai minha linda!Muito bom ler teu post e saber que eu faço parte de um pouco dessa história tu tem amadurecido e muito nos últimos tempos.TE admiro cada vez mais e estás com certeza no caminho certo.
Beijosss
Isso é a melhor coisa que tem, vc se aceitar, se conhecer e ver que vc é desse jeito mesmo, aprender a conviver com seus defeitos, e aprender a valorizar as coisas boas que tem em vc. Eu to passando por isso tbm, tenho 24 anos e só agora desencanei um pouco de querer ser de um jeito só pra "parecer" legal pros outros. Claro que ainda é só o começo, ainda tenho que me desligar mais dessa mania de perfeição, mas pelo menos tô no caminho, quem quiser que goste de mim assim, pq eu não vou ser diferente pra agradar os outros ou ser uma pessoa moldada pra ser o que os outros esperam. Chega. Agora tá na hora de ser eu.
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