Os
sinais estavam claros e evidentes na frente dela e a mesma não enxergava tudo o
que estava acontecendo ali. Ela passara o final de semana todo pensando em que
rumo daria aquele... aquele rolo dos dois onde ela se enrolava cada vez mais
nele. Estava cansada das inseguranças e indecisões que ele passava, ela queria
mais ou nada e não meio termo.
Era
sempre a segunda opção dele, a mantinha por mensagens, marcava e não ia aos
encontros, fazia dramas para que ela fosse correndo atrás dele e ela ia. Sempre
deixava claro que estava disponível pra ele. Fazia de tudo para agradá-lo.
Ela
pensava que estava tudo bem, fazendo tudo certo, mas não estava. Estava tudo
errado. Por ter passado por situações piores do que as que ele proporcionava
ela agüentava tudo aquilo, mesmo sabendo que não era nada daquilo que ela
queria.
Ela
achava que gostava dele até que percebeu que ela gosta da imagem que ela criou
dele. Ela nem bem conhecera ele. Era tudo muito recente. Ela evitava perguntar
da vida dele na prevenção de não se apaixonar. Ela o criou com perfeição no
mundo dela, um mundo que não existia. Ele estava sempre no topo, era a última
bolacha do pacote.
Sabia
também que futuro entre os dois é hipótese nula. Eles vivem em mundos
diferentes. Ela estava deixando de ser ela para ser alguém quem ele queria e
gostasse que ela fosse. Os dois na verdade não existiam.
Era
pegação, de beijos que os deixavam sem ar, eram toques, era pele, coisa de
carne, talvez até mesmo uma paixão avassaladora, porém nada que trazia paz a
ela. Passavam noites ou tardes ardentes juntos e depois quando ele ia embora ela
ficava na insegurança sem saber se ele a procuraria, o pior é que ela se sentia
suja e usada. Ela sabia que pra ele ela sempre seria mais uma ou talvez a que o
satisfaz ou até mesmo a moça disponível que satisfaz os desejos dele.
Não
queria isso pra si, para os dois. Queria paz e a sorte de um amor tranqüilo
para os dois, ledo engano. Isso só existia no mundo das maravilhas que ela
criava. Aos poucos foi tomando umas doses de coragem e conhaque. E depois de
muito pensar resolveu que era hora de partir, que aquilo realmente não era o
que ela queria pra sim e foi assim que levantou, fez as malas e partiu.
Heloísa
Lugão
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